SÃO PAULO (Reuters) - A agência de classificação de risco Moody's melhorou suas perspectivas para o setor de geração de energia do Brasil, apontando-as como "positivas", de "estáveis" anteriormente, em meio a uma gradual recuperação da demanda por eletricidade no país após anos de crise econômica.
Os índices de chuvas, no entanto, seguem como um fator chave a ser observado, dada a predominância das hidrelétricas na matriz elétrica do país, apesar da recente expansão de outras fontes como as usinas eólicas, destacou a Moody's em análise nesta terça-feira.
"Esperamos que o consumo de eletricidade cresça cerca de 2,6% em 2020 à medida que a demanda aumenta na esteira de melhores condições econômicas", disse em nota a vice-presidente e analista sênior da Moody´s Cristiane Spercel.
A agência destacou ainda que as empresas de geração com ativos hidrelétricos têm aprimorado suas estratégias de comercialização de energia para lidar com o risco hidrológico e proteger seu fluxo de caixa, "o que resultou em margens melhores, uma tendência que deve ser mantida nos próximos 12 a 18 meses".
O ambiente de taxas de juros mais baixas também tem sido favorável às companhias, já que permite maior flexibilidade nas estratégias de gestão de passivos, acrescentou a Moody's, que projetou que as margens operacionais combinadas para empresas do setor ficarão acima de 50% em 2020.
Uma eventual deterioração das condições hidrológicas que impacte negativamente a produção das hidrelétricas e as margens operacionais das geradoras poderia levar a uma reversão das expectativas mais positivas, na visão da Moody's.
(Por Luciano Costa)