Reforma da Previdência é condição necessária para melhora nas expectativas Ibovespa aos 105.000 pontos, com consolidação fiscal em voga e recuperação cíclica da economia, com taxa de câmbio próxima a R$ 3,65 no meio de 2020. São estas as premissas que levaram o Morgan Stanley listar recomendação overweight (alocação acima da média do portfólio) para o Brasil dentro dos países da América Latina.
Outros fatores destacados pelos analistas para pautar o otimismo com a região foram os seguintes: pausa no ritmo de contração monetária nos EUA; potencial implementação de reformas fiscais na região; crescimento sólido do PIB real e dos lucros corporativos e; maiores preços de commodities.
Em relação ao stock picking, o Morgan Stanley apresenta suas top picks na América Latina. Na lista de ações de dez empresas, sete são brasileiras: PagSeguro, Petrobras (PETR3; PETR4), Banco do Brasil (BBAS3), IRB (IRBR3), Odontoprev (ODPV3), Cemig (CMIG4) e Localiza (RENT3).
Para a equipe de analistas liderada por Guilherme Paiva, o maior risco para as ações na América Latina é a possível necessidade de flexibilização monetária pelo Federal Reserve. “Historicamente, o início de um ciclo de afrouxamento do Fed, o que é consistente com um horizonte de enfraquecimento para a economia norte-americana, usualmente coincide com uma correção material em ativos de mercados emergentes”.
A despeito do otimismo com a América Latina, em relação a alocação global, os analistas acreditam em maior retorno das ações japonesas. O P/L (Preço sobre Lucro) do MSCI Japan previsto para 2019 é de 10,7 vezes – contra 16,3 vezes para o MSCI Emerging Markets.
Três cenários Especificamente em relação ao Brasil, o banco norte-americano traça três cenários para o Ibovespa no meio de 2020: bull (120.000 pontos); cenário-base, aos 105.000 pontos e; bear, aos 80.000 pontos.
O cenário-base do banco trabalha com a aprovação da Reforma da Previdência no segundo semestre, entre R$ 500 bilhões e R$ 600 bilhões, dando suporte para o aprimoramento das expectativas, o que pode levar o crescimento do PIB real para a casa de 2,5% ao ano.
“Continuamos a enxergar melhor ponto de reentrada em ações domésticas cíclicas para ganhar exposição a uma potencial aceleração do crescimento no segundo semestre de 2019”, avalia o Morgan Stanley.