Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - Analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS) elevaram a recomendação dos papéis da Vale (SA:VALE3) negociados em Nova York para 'overweight' de 'equal-weight' anteriormente, defendendo que as ações estão "muito baratas para ignorar", de acordo com relatório a clientes nesta terça-feira.
"Nós estimamos que as ações da Vale agora descontam totalmente todos os passivos potenciais relacionados ao colapso da barragem de Brumadinho", afirma o relatório assinado por Carlos De Alba, Eduardo R. Bordalo e Jens Spiess.
Eles também citaram expectativa de forte geração de fluxo de caixa e melhores práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) entre os fatores para a melhora na recomendação, além da previsão de retomada dos dividendos no segundo semestre do ano.
A equipe do Morgan Stanley ainda restabeleceu preço-alvo para os American Depositary Receipts (ADR) da mineradora em 13,50 dólares, citando um cenário-base em que a Vale pagaria 7 bilhões de dólares relacionados aos desastres de Brumadinho e da Samarco entre 2020 e 2022.
Na véspera, os ADRs da Vale fecharam a 10,27 dólares. No Brasil, as ações ordinárias da companhia terminaram a segunda-feira negociadas a 46,36 reais.
Em 2019, a mineradora teve prejuízo líquido de 1,68 bilhão de dólares, ante lucro líquido de 6,86 bilhões de dólares em 2018, diante principalmente de provisões e despesas relacionadas ao desastre em Brumadinho e na joint venture Samarco.
Em teleconferência sobre os resultados, a Vale disse que poderá realizar uma provisão adicional de 1 bilhão a 2 bilhões de dólares relacionada a Brumadinho (MG).
Na ocasião, executivos da companhia também afirmaram que a Vale está trabalhando para retomada de pagamentos de dividendos, suspensos na sequência do rompimento da barragem em Brumadinho, e que há consenso de que a política de remuneração aos acionistas, quando retomada, manterá os moldes anteriores.