“Este é um mercado que já descontou muito das notícias boas”. A avaliação é do Morgan Stanley (NYSE:MS) Wealth Management, em relatório divulgado nesta segunda-feira (22), no qual destaca a precificação prévia dos investidores do cenário otimista.
Os investidores avaliam, segundo o banco norte-americano, “quatro cortes na taxa de juro e projeção de alta de 11% no crescimento dos lucros das empresas do S&P 500, não piora das negociações comerciais e mudanças limitadas na política, apesar da dívida pública no teto e das eleições presidenciais a vir”.
“Para se mover para cima, o mercado precisará de surpresas novas”, pondera Lisa Shalett, CIO (Chief Investment Officer) do Morgan Stanley Wealth Management. “Os touros estão precificando corte de 50 pontos-base no próximo dia 31 de julho, com um dólar muito mais enfraquecido e uma confiança do consumidor muito mais forte”, afirma.
A equipe de análise projeta melhor desempenho de ações com maior beta (correlação do papel com o índice de referência) que tiveram performance inferior ao S&P 500.
Além das empresas norte-americanas, o Morgan Stanley Wealth Management recomenda exposição em ações estrangeiras. Na avaliação do banco, a recomendação de “barato” se encontra somente no mercado acionário do Japão, com P/L (Preço sobre Lucro) de 12,8 vezes.
O múltiplo P/L de “mercados emergentes”, embora o mais baixo dentre o universo coberto pela equipe de análise, de 12,3 vezes, é considerado “caro”, assim como os mercados de Ásia-Pacífico excluindo as ações japonesas, com P/L de 15,8 vezes.
Para o Brasil, o Morgan Stanley (NYSE:MS) Wealth Management destaca que “a estabilidade política dá suporte à recuperação”. O crescimento econômico se apresenta como “anêmico”, com os ativos de risco “sendo ricamente valorizados”. A liquidez se apresenta como neutra na economia e no sistema bancário, com tendência de alta.
A inflação possui expectativa de ser “de baixa a moderada, com tendência ascendente”. Por fim, a instituição destaca que os juros no Brasil se moveram de “percepção de risco neutro para percepção de risco positivo, devido ao comportamento mais íngreme da curva de juros (quando os yields dos títulos de longo prazo sobem mais rápidos que o de curto, ou quando os yields de curto prazo caem com alta dos juros longos).