Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, afirmou nesta segunda-feira que a nova proposta feita por Samarco e suas sócias (Vale (BVMF:VALE3) e BHP) para acordo de reparação pelo desastre de Mariana (MG) "é mais próximo e compatível com a tragédia que foi causada", mas que o Ministério Público do Estado vai buscar 137 bilhões de reais.
O novo montante, de 127 bilhões de reais, anunciado pelas companhias mais cedo nesta segunda-feira, indicou avanço na comparação com a proposta anterior, de 42 bilhões de reais.
A nova proposta inclui 37 bilhões de reais em valores já pagos em processos de remediação e compensação até o momento.
"Eu não estou satisfeito com o valor final, mas com a postura das empresas, sim, de buscar algo mais compatível", disse Soares Júnior, em entrevista à Reuters por telefone.
Considerando somente valores ainda não pagos, a proposta nova soma 90 bilhões de reais.
"Eles estão pedindo prazo de 20 anos para tudo, coloca ali mais 500 milhões por ano, para chegar em 100 bilhões, para eles não é nenhum sacrifício."
A expectativa é que um acordo seja alcançado ainda neste primeiro semestre, antes que o mandato do atual CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, fique mais próximo de se encerrar, ponderou Soares Júnior.
Segundo o procurador-geral, "a judicialização, até agora, não trouxe resultados concretos para ninguém".
O montante visa compensar o desastre decorrente do colapso de uma barragem de rejeitos de minério de ferro, que pertencia à Samarco, em novembro de 2015, que deixou 19 mortos, centenas de desabrigados, além de atingir o rio Doce em toda a sua extensão, até o mar do Espírito Santo.