SÃO PAULO (Reuters) - O Ministério Público Federal (MPF) fez nesta quarta-feira um pedido em regime de urgência para abertura de investigação contra o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques.
O pedido envolve investigação sobre "as condutas adotadas – ou deixadas de adotar" por Vasques desde 30 de outubro, data da votação que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva como próximo presidente do Brasil.
No domingo, a PRF promoveu centenas de abordagens contra transportes públicos usados por eleitores para se dirigirem a seus locais de votação. A ação da PRF ocorreu apesar do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, ter proibido no dia anterior a realização de operações que afetassem transportes de eleitores.
O MPF quer saber se a conduta da PRF constituiu ofensa ao livre exercício do direito de voto pelos cidadãos abordados. "Caso positivo, podem ficar caracterizados os crimes de prevaricação e de violência política", afirmou o MPF.
As ações contra o transporte de eleitores no domingo ocorreram principalmente na região Nordeste, que concentra eleitorado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O MPF também quer apurar se além da ação contra o transporte dos eleitores a PRF tem sido omissa em coibir os bloqueios de caráter golpista promovidos em estradas do país desde o anúncio do resultado da eleição.
Os bloqueios prosseguem nesta quarta-feira em 17 Estados, sem aparentemente perderem força no Mato Grosso, Santa Catarina e Paraná, que concentram eleitorados de Bolsonaro.
"É que o fato pode caracterizar prevaricação e participação, por omissão, nos crimes praticados pelos invasores das rodovias", afirmou o MPF.
O inquérito policial foi pedido em resposta à representação dos subprocuradores-gerais da República, integrantes das Câmaras Criminal (2CCR) e do Controle Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional (7CCR).
(Por Alberto Alerigi Jr.)