SÃO PAULO (Reuters) - O Ministério Público do Trabalho (MPT) anunciou nesta quinta-feira que abriu ação civil pública contra a Volkswagen (ETR:VOWG) do Brasil, acusando a montadora de ter promovido trabalho escravo no interior do Pará nas décadas de 1970 e 1980.
O órgão cobra na ação que a montadora alemã pague 165 milhões de reais por danos morais coletivos.
"Foi constatada a submissão dos trabalhadores à condição semelhante à escravidão por meio de jornadas exaustivas, condições degradantes de trabalho e servidão por dívida", afirma na ação o procurador do Trabalho Rafael Garcia Rodrigues, segundo comunicado do MPT.
Procurada, a Volkswagen disse que ainda não foi formalmente notificada da decisão, "razão pela qual não teve acesso ao teor da ação iniciada pelo Ministério Público Federal do Trabalho", e acrescentou que não comenta processos em andamento.
A ação do MPT é baseada em documentos da Pastoral da Terra entregues ao órgão em 2019. O MPT afirma que a Volkswagen "não teve interesse em firmar acordo" com o órgão em 2023, "se retirando de mesa de negociação".
(Por Alberto Alerigi Jr.)