Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - A Multiplan não registrou aumento expressivo de vendas e no fluxo de visitantes em seus 19 empreendimentos no início do terceiro trimestre, mas espera encerrar o ano com números melhores que os apresentados ao mercado entre abril e junho, disseram nesta sexta-feira executivos da operadora de shopping centers.
"Os resultados de julho até a primeira quinzena não eram nada espetaculares, mas absolutamente esperados", afirmou o vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Multiplan, Armando d'Almeida Neto, em teleconferência sobre os resultados trimestrais.
Em julho, continuou o executivo, ainda é forte a base de comparação com 2017, quando as vendas cresceram mais de 9 por cento, apoiadas parcialmente pelos saques de contas inativas do FGTS, que injetaram bilhões de reais na economia.
Às 12:23, as ações da Multiplan (SA:MULT3) avançavam 1,71 por cento, cotadas a 20,24 reais, reagindo positivamente aos dados do balanço, enquanto o Ibovespa subia 0,76 por cento.
No segundo trimestre, o grupo teve um lucro líquido 39,4 por cento maior sobre igual período de 2017, ainda que as vendas mesmas lojas tenham caído 0,8 por cento em meio a uma combinação de adversidades que inclui a greve dos caminhoneiros, a Copa do Mundo e a base de comparação forte.
"Poderíamos ter dobrado crescimento das vendas, e o 'same store sales' se tornaria positivo se anulado o efeito da Copa do Mundo", contou Neto.
Questionado por analistas sobre a piora dos indicadores de inadimplência no segundo trimestre, o vice-presidente financeiro e de RI da Multiplan citou "efeitos pontuais" decorrentes dos esforços para troca do mix de lojas. "Não dá pra fazer omelete sem quebrar ovos. É importante fazer essa troca de mix", disse Neto.
Ainda segundo ele, a companhia não tem tido dificuldade para repassar aos lojistas o IGP-DI, índice que serve de referência para o reajuste de aluguéis, mais forte. "Estamos repassando com redução gradual de descontos", afirmou o executivo.