O pânico dos mercados financeiros começou um dia antes (6) para os acionistas da Xp Inc (NASDAQ:XP), dona das corretoras XP Investimentos, Rico e Clear, além do site de educação financeira InfoMoney. Os papéis da empresa despencaram mais de 13%, a US$ 30,99, na Nasdaq após uma empresa especializada em análise financeira forense ter anunciado indícios de irregularidades contábeis.
A notícia pegou a todos de surpresa e a forte queda teve continuidade na segunda-feira (10), já com o fator adicional da guerra de preços do petróleo. As ações terminaram mais um dia de carnificina negociados a US$ 26,64. O valor ficou abaixo do vendido no IPO, de US$ 27, realizado em 11 de dezembro de 2019.
A XP prontamente veio ao mercado com explicações.
No comunicado, a empresa destacou que o relatório da Winkler Group está cheio de erros, além de pontos irrelevantes.
“Além disso, diversos investidores institucionais de classe mundial auditaram a XP de todas as formas possíveis, inclusive por meio de processo próprio de diligência legal e/ou contábil”, afirmou a XP na nota, na qual reforça “seu total compromisso de transparência com seus clientes e investidores”.
Guilherme Benchimol, fundador da XP, também deu explicações.
“Apesar de o relatório não passar credibilidade e ter sido feito por um investidor que não é uma empresa de análise (equity research), por conter afirmações graves, acabou chamando a atenção da imprensa brasileira. Antes de tudo, importante reforçar que jamais nos envolvemos em qualquer caso de corrupção em nossa história”, ressaltou.
O que fazer
Para os analistas do Credit Suisse, a resposta da XP foi muito sólida e detalhada, o que ajuda a descartar ou reduzir as preocupações do mercado.
“No entanto, não há dúvida de que o mercado é muito mais sensível a esse tipo de notícia, principalmente após a situação do IRB (SA:IRBR3), o que pode levar o mercado a fazer perguntas adicionais (apesar da resposta) com relação à mudança de firmas de contabilidade e quanto às deficiências importantes no controle interno da XP sobre os relatórios financeiros”, explica o relatório divulgado a clientes ontem.
O time de analistas explica que, apesar de as ações terem se tornado mais atraentes, a recente reviravolta dos mercado financeiros internacionais pode fazer com que os investidores de varejo se tornem mais receosos a tomar risco, o que prejudicaria as receitas futuras da corretora.
A recomendação foi mantida em neutra, com preço-alvo de US$ 43. O valor está cerca de 45% acima ao visto hoje (16h47), de US$ 29,66.