Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - A Natura & Co SA:NTCO3) elevou estimativas para a economia de custos anuais decorrente da combinação com a Avon, mas ainda calcula possíveis sinergias de receita, disseram nesta segunda-feira executivos do grupo de cosméticos brasileiro.
A empresa agora calcula economia de 200 milhões a 300 milhões de dólares por ano nos próximos 36 meses, mais do que a previsão de 150 milhões a 250 milhões de dólares divulgada em maio, quando anunciou o acordo para comprar a Avon.
"Estamos quantificando potenciais sinergias de receita", disse o presidente-executivo do conselho de administração e principal executivo do grupo, Roberto Marques, a analistas e investidores em teleconferência.
Com as operações combinadas, a Natura terá 6,3 milhões de consultoras e mais de 3.500 lojas ao redor do mundo, operando em 100 países e atingindo mais de 200 milhões de consumidores.
Marques, que entrou no conselho de administração da Natura há quatro anos e liderou a expansão global da empresa, incluindo a compra da marca britânica The Body Shop, em 2017, afirmou que as economias de custos decorrentes da integração com a Avon se darão no Brasil e no restante da América Latina.
Segundo João Paulo Ferreira, presidente da Natura na América Latina, ainda é cedo para divulgar as projeções de sinergias de receitas, mas a empresa está entusiasmada com as oportunidades.
Os dois executivos ressaltaram que mais detalhes sobre a integração das operações serão dados em um encontro com investidores programado para 24 de abril.
A Natura também fará um segundo evento em Nova York entre outubro e novembro para anunciar o plano estratégico, de acordo com o executivo.
Por volta de 12:45, s ação da Natura subia 0,1%, enquanto o Ibovespa cedia 0,51%.
"Estruturalmente seguimos cautelosos com o case dado os riscos de execução, mas no curto prazo o fluxo de notícias é positivo e o papel deve performar acima da média", escreveram analistas do BTG Pactual (SA:BPAC11) em nota.