Por Karin Strohecker e Cassandra Garrison
LONDRES/BUENOS AIRES (Reuters) - As negociações da dívida da Argentina esfriaram, com o país em desacordo com seus credores sobre os termos legais de uma reestruturação de títulos no valor de 65 bilhões de dólares depois de terem chegado perto de um acordo financeiro.
O governo da Argentina prorrogou o prazo para as negociações neste mês até 24 de julho, o maior adiamento até agora, para dar tempo de atenuar as tensões.
Com os dois lados a apenas um triz de chegar a um acordo em termos de avaliação de suas propostas, a disputa mudou para as cláusulas de ação coletiva, que determinam os requisitos para quaisquer mudanças futuras feitas nos acordos de títulos.
"A próxima fase pode se concentrar mais em termos legais e não financeiros", disse Siobhan Morden, chefe de estratégia de renda fixa para a América Latina na Amherst Pierpont Securities.
À medida que analistas e credores discutem vários cenários, alguns temem que a Argentina possa adotar o que foi chamado de estratégia 'Pac-Man' e tentar convencer os credores um de cada vez -- da mesma forma que o personagem de videogame dos anos 1980 engolia os fantasmas. Isso tornaria cada vez mais difícil para os demais credores bloquearem qualquer acordo, mas também poderia agravar as relações do país com eles.
Morden considera essa uma estratégia de alto risco e o pior cenário possível, enquanto uma pausa prolongada nas negociações permanece mais provável.
Cláusulas de ação coletiva facilitam a promoção de uma reestruturação ordenada da dívida para os países, exigindo que apenas a maioria dos credores concorde em alterar as condições de pagamento ou reestruturar a dívida.