Por Sheila Dang e Ari Rabinovitch
(Reuters) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu a Elon Musk durante um encontro nesta segunda-feira que o empresário ache um equilíbrio entre defender a liberdade de expressão e combater discursos de ódio, após semanas de polêmica em torno de um comentário antissemita na rede social X, ex-Twitter.
Proprietário da rede social, Musk atacou a Liga Antidifamação neste mês, acusando a organização que trabalha contra o antissemitismo de causar uma queda de 60% na receita com propagandas do X nos EUA, sem fornecer evidências.
"Espero que você encontre, dentro dos limites da Primeira Emenda, a habilidade não apenas de parar o antissemitismo... como qualquer ódio coletivo contra uma pessoa", afirmou Netanyahu em encontro transmitido ao vivo pelo X na fábrica da Tesla (NASDAQ:TSLA), na Califórnia.
"Sei que você está comprometido quanto a isso..., mas te incentivo e te exorto a encontrar um equilíbrio."
Musk respondeu dizendo ser contra o antissemitismo e qualquer coisa que "promova o ódio e o conflito".
O empresário disse que o X deve ser uma plataforma em que as pessoas possam postar opiniões divergentes, mas que a empresa vai limitar a distribuição de certos posts que violam suas políticas, chamando esse método de "liberdade de expressão, não de alcance".
O bilionário, que também controla a Tesla e a SpaceX, afirmou que recebeu mais críticas dos funcionários da sua montadora de automóveis pelo encontro com Netanyahu do que "qualquer outra coisa que já fiz".
Cerca de 200 pessoas protestaram do lado de fora da fábrica da Tesla, onde o evento foi realizado, contra uma reforma judicial proposta pelo governo israelense que limita os poderes da Suprema Corte do Estado judaico.
Musk e Netanyahu também discutiram como aproveitar os benefícios do rápido avanço da inteligência artificial, ao mesmo tempo em que os riscos dela para a sociedade sejam limitados.
"Estamos em um momento de toda a humanidade, em que temos de escolher entre uma bênção e uma maldição", disse o premiê israelense, acrescentando que a IA pode melhorar a medicina, mas também prejudicar a democracia.
(Reportagem de Sheila Dang em Dallas, Ari Rabinovitch em Jerusalém e Yuvraj Malik em Bangalore)