Por Yuka Obayashi e Katya Golubkova
TÓQUIO (Reuters) - A maior siderúrgica do Japão, a Nippon Steel (TYO:5401), elevou nesta quinta-feira sua previsão de lucro para este ano, em meio à melhoria das margens no negócio de aço, e reiterou sua confiança na conclusão da proposta de aquisição da U.S. Steel (NYSE:X) até o final do ano.
O lucro líquido da empresa para o período entre abril e junho, seu primeiro trimestre fiscal, caiu 11% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, para 157,6 bilhões de ienes (1 bilhão de dólares), mas superou as expectativas dos analistas de 108,7 bilhões de ienes, de acordo com dados da LSEG.
A quarta maior siderúrgica do mundo aumentou sua previsão de lucro líquido para o ano fiscal da companhia que termina em março de 2025 para 340 bilhões de ienes, ante 300 bilhões de ienes na estimativa anterior, diante de uma expectativa em seu negócio de aço. Ainda assim, o valor revisado ficou aquém da estimativa dos analistas de 372,6 bilhões de ienes.
"Enfrentamos uma queda sem precedentes na demanda por aço, mas nossos esforços deram frutos", disse o vice-presidente da empresa, Takahiro Mori, observando que a reestruturação da companhia incluiu o fechamento de usinas siderúrgicas.
A Nippon Steel, que fechou um acordo de 14,9 bilhões de dólares para comprar a U.S. Steel em dezembro passado, disse nesta quinta-feira que recebeu uma segunda solicitação de informações e dados do Departamento de Justiça dos Estados Unidos como parte da análise do acordo pelo governo norte-americano.
"Estamos confiantes de que podemos fechar o negócio até o final deste ano", disse Mori, citando que suas repetidas visitas aos EUA e o diálogo com cerca de 700 partes interessadas, incluindo funcionários da U.S. Steel, ajudaram a promover uma melhor compreensão do negócio.
Ambas as siderúrgicas receberam todas as aprovações regulatórias fora dos Estados Unidos para o acordo, mas enfrentam oposição política, escrutínio regulatório dos EUA e objeções do poderoso sindicato United Steelworkers (USW), que teme que o acordo possa levar à perda de empregos.
"O sindicato não mudou explicitamente sua posição, mas o entendimento correto foi disseminado", disse Mori.
Como parte de sua oferta, que enfrentou resistência de políticos dos partidos Democrata e Republicano, a Nippon Steel disse que se comprometeu a não cortar empregos, transferir empregos ou produção para o exterior ou fechar fábricas, mesmo depois que o atual acordo trabalhista entre o USW e a U.S. Steel expirar em setembro de 2026.
No mês passado, a Nippon Steel disse que contratou o ex-secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo para ajudar a fechar o acordo.
"Pompeo se tornará um forte conselheiro para nós, já que é muito respeitado tanto pelos republicanos quanto pelos democratas", disse Mori, acrescentando que o acordo deverá ser entendido independentemente de quem se tornar o próximo presidente dos EUA, já que, segundo o executivo, seria bom para a economia norte-americana.