SÃO PAULO (Reuters) - A unidade do grupo espanhol de energia e infraestrutura Abengoa (MC:ABG) no Brasil obteve aval dos credores nesta sexta-feira para o plano de reestruturação da dívida em tribunal, disse um advogado que representa um dos credores.
A Abengoa tem dívida de cerca de 3,4 bilhões de reais com fornecedores e bancos no país e pediu proteção judicial contra credores no ano passado, após interromper vários projetos por falta de financiamento.
A advogada da firma de advocacia TozziniFreire Advogados Luciana Nogueira, que representa um desses fornecedores, disse que um dos principais fatores que justificaram a aprovação do plano foi uma proposta vinculativa do Texas Pacific Group (TPG) para comprar as linhas de transmissão de energia da Abengoa no Brasil por 400 milhões de reais em dinheiro.
"Essa proposta garantiria que os credores receberão algo de volta este ano", disse ela.
A oferta TPG seria um preço inicial para os ativos num leilão judicial a ser organizado nas próximas semanas. O preço final das linhas pode subir se mais empresas entrarem no leilão.
A TPG não retornou imediatamente um pedido de comentário.
O plano da Abengoa apresentado a credores numa assembleia incluiu outras ações para aumentar o dinheiro e pagar dívidas.
A empresa disse que receberia um crédito de 76 milhões de reais do braço de construção local, Abengoa Construção. Também disse que venderia participação num hospital no Amazonas, pelo qual espera obter 143 milhões de reais.
A Abengoa também planeja vender as licenças para construir e operar linhas de transmissão de energia, mas isso depende de litígios com a Aneel. O regulador está tentando cancelar essas licenças devido a atrasos na construção.
(Reportagem de Marcelo Teixeira)