Arena do Pavini - As operações de fusões e aquisições de empresas aumentaram em número, mas caíram em valores, no ano passado, de acordo com levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Foram realizadas 143 fusões e aquisições em 2017, 4% mais que as 138 de 2016. Já o valor caiu 22,7%, para R$ 138,4 bilhões, ante R$ 179,2 bilhões de 2016. A maioria dos negócios ficou concentrada abaixo de R$ 500 milhões e 80,1% foi para aquisição de controle.
O setor de energia elétrica foi responsável por 17,8% das operações no ano, com R$ 24,58 bilhões. As maiores operações foram a venda da Eldorado Brasil Celulose, do Grupo J&F, por R$ 15 bilhões, para o grupo Paper Excelence, o Campo Roncador, da Petrobras (SA:PETR4), para a Statoil por R$ 9,535 bilhões, a Valepar incorporada pela Vale (SA:VALE3), por R$ 7,356 bilhões, a corretora XP Investimentos para o Itaú Unibanco (SA:ITUB4), por R$ 6,3 bilhões e a Elektro para a Neoenergia, por R$ 6 bilhões.
Para Dimas Megna, coordenador do subcomitê de Fusões e Aquisições da Anbima, a expectativa é de um ano bastante ativo em fusões e aquisições. A eleição presidencial é importante e deve ter impacto, mas como são operações estratégicas, as oportunidades podem ser preponderantes em relação ao cenário político.Ele também considera que a maior participação de empresas europeias no ano passado se deve principalmente a dois grandes negócios, Eldorado e Roncador, o que não necessariamente deve se manter. “Continuamos a ver interesse da América do Norte, Ásia e Europa pelo Brasil”.
Sobre os setores com maior potencial de atrair compradores, Megna destaca os de infraestrutura e óleo e gás, que chamam mais a atenção dos investidores e se beneficiam da melhora da economia. Ele observa também que as fusões e aquisições vão depender do mercado acionário e da atratividade das aberturas de capital. Se o mercado estiver muito favorável, os fundos de private equity podem se animar a abrir o capital das empresas para vender sua fatia no mercado em vez de vende-la para outro investidor estratégico.
Por Arena do Pavini