Por Ana Mano
A Nutrien, maior produtora de potássio do mundo, deixará de misturar fertilizantes no Brasil depois de decidir fechar suas duas últimas unidades de processamento ativas no país, disseram três pessoas familiarizadas com a mais recente etapa da reorganização empresa.
As fontes, que pediram anonimato porque a medida não foi anunciada, disseram que o plano de interromper as operações de mistura nas unidades de Itapetininga e Araxá da Nutrien é outro passo para reposicionar a empresa no mercado local.
A empresa canadense não quis comentar.
A Nutrien está mudando seu foco para a revenda de insumos agrícolas por meio de sua rede de varejistas no Brasil, como parte de uma grande mudança estratégica depois que suas aquisições e investimentos não trouxeram os retornos esperados.
Em maio de 2022, quando a Nutrien ainda estava investindo para aumentar a capacidade de mistura de fertilizantes no Brasil, a empresa disse que planejava ter um total de 12 instalações desse tipo no país.
Dois anos depois, a Nutrien suspendeu indefinidamente três de suas cinco misturadoras brasileiras como parte da reorganização em andamento. Duas das fontes disseram que a Nutrien também fechou várias lojas de varejo no Brasil este ano devido às condições difíceis do mercado.
A empresa não quis comentar sobre a diminuição de sua rede de varejo no Brasil, que é um grande importador de fertilizantes.
A Nutrien tem trabalhado na reorganização dos negócios na região desde abril de 2023, quando executivos seniores começaram a deixar a empresa em meio às mudanças.
No ano passado, a Nutrien registrou uma despesa de redução ao valor recuperável de 465 milhões de dólares relacionada às suas aquisições na América do Sul. Em março, a Reuters informou pela primeira vez que a Nutrien decidiu vender ativos na região.
Enquanto a Nutrien se encolhe para melhorar os resultados, a saída de mais três colaboradores brasileiros de nível de diretoria foi anunciada esta semana em um memorando interno visto pela Reuters.
A Nutrien não quis comentar sobre as saídas.
(Reportagem de Ana Mano)