CARACAS (Reuters) - A empreiteira brasileira Odebrecht negou acusações de que teria pago 100 milhões de dólares ao vice-presidente do Partido Socialista da Venezuela, Diosdado Cabello, conforme denunciou a ex-procuradora-chefe do país.
Luisa Ortega, que fugiu da Venezuela no mês passado depois de se rebelar contra o governo e perdeu seu cargo, fez a acusação em Brasília duas semanas atrás, mas não apresentou evidências.
No ano passado, a Odebrecht admitiu, em um acordo com promotores brasileiros e norte-americanos, o pagamento de propinas a autoridades em 12 países, com o objetivo de obter contratos.
Em comunicado na quarta-feira, a empreiteira nega que teria pago propina ao político venezuelano Diosdado Cabello.
"Após conduzir uma pesquisa abrangente dos seus sistemas e declarações dadas por ex-membros da equipe que colaboraram (nas investigações), a Odebrecht nega as acusações de que fez pagamento de 100 milhões de dólares a...Cabello", informou o documento.
Luisa Ortega havia dito que o pagamento foi feito por meio da companhia espanhola TSE Arietis. A Odebrecht nega pagamento à empresa.
De acordo com uma decisão judicial nos Estados Unidos, entre 2001 e 2016, a Odebrecht pagou cerca de 788 milhões de dólares em propinas em países que incluem Brasil, Argentina, Colômbia, México e Venezuela.
(Por Corina Pons)