Investing.com - Depois de registrar expressivas quedas no final da semana passada, as ações da Oi são negociadas com queda 3,67% a R$ 1,05 nos papéis ordinários (OIBR3) e com ganhos de 3,97% a R$ 1,31 para as preferenciais (OIBR4 às 11h44. As ordinárias abriram o dia em alta, chegando a R$ 1,18 na parte da manhã desta segunda-feira. Os ganhos iniciais foram uma reação natural após a forte queda na sexta-feira, favorecido pelo noticiário que informa sobre a possibilidade de a empresa buscar formas de superar o momento de dificuldade.
A edição de sábado do jornal O Estado de S. Paulo informou que executivos da tele estão conversando com bancos para discutir formas de levantar até R$ 2,5 bilhões no mercado. De acordo com a publicação, a Oi (SA:OIBR4) não sabe de que forma poderia fazer a captação necessária para manter a empresa em operação nos próximos meses.
Entre as possibilidades, aponta a reportagem, estão o aumento de capital com a emissão de novas ações ou usar as dívidas atuais como garantias estruturadas. O problema é que, com dificuldade de caixa, a companhia corre contra o tempo para encontrar uma solução. O jornal também publicou, na sexta-feira, que executivos da Oi (SA:OIBR4) teriam informado à Anatel que a tele tem caixa disponível até fevereiro.
A decisão a respeito de captação deve ser tomada nos próximos dias. Atualmente, a Oi (SA:OIBR4) tem dívidas de R$ 65 bilhões e está em recuperação judicial desde junho de 2016.
Saídas
Outra possibilidade avaliada é a venda de ativos não estratégicos, que tem potencial de levantar até R$ 7,5 bilhões, de acordo com o plano apresentado pela companhia em julho. Para isso, seria necessário passar à frente torres de telecomunicações e ações da Oi (SA:OIBR4) na Unitel. Para 2020 e 2021, a meta é vender data center e imóveis.
Uma fusão com a TIM (SA:TIMP3) está, neste momento, fora dos planos, uma vez que a operação brasileira de tele italiana também está com dívidas pesadas. A união só seria possível com a chegada de um investidor para que possa depois consolidar a combinação das teles. E isso só poderia ser feito após a empresa sair da recuperação judicial.
Marco regulatório
Uma das saídas para a Oi (SA:OIBR4) é a aprovação do novo marco legal do setor de telecomunicações, que está parada no Senado desde o início do ano. Agora, o governo passa a tratar o assunto como uma das prioridades, para evitar que o pior aconteça com a operadora.
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Para isso, a intenção de integrantes do governo é que a projeto seja aprovado em até 30 dias. Atualmente, o texto ainda está na espera do parecer da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB). Para acelerar essa tramitação, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), recebeu novos apelos de levar o texto diretamente a plenário.
Pela redação do projeto, as empresas que operam no setor de telefonia fixa poderiam migrar do sistema de concessão para o de autorização, que tem maior liberdade de preços. Isso seria importante para Oi (SA:OIBR4), já que está mais exposta ao segmento do que suas concorrentes.
O sistema de autorização já é atualmente praticado para serviços como os de telefonia celular, TV por assinatura e internet. O projeto de lei prevê que as companhias poderão ficar com os bens reversíveis das concessões, aqueles ligados à prestação do serviço e que deveriam ser devolvidos ao poder público ao término do período de concessão. Em troca, as empresas teriam que realizar novos investimentos.