SÃO PAULO (Reuters) - O grupo de telecomunicações em recuperação judicial Oi (SA:OIBR3) iniciou um projeto-piloto para acelerar a implantação de serviços de banda larga ultrarrápida aproveitando a infraestrutura de fibra óptica já instalada na companhia e reduzir a distância que a separa de rivais como Telefônica Brasil (SA:VIVT4) na área.
O projeto da companhia foi implantado na cidade fluminense de Cabo Frio e oferece velocidades de conexão de 50, 100 e 200 megabits por segundo, afirmaram executivos da operadora durante teleconferência com analistas, nesta terça-feira.
O objetivo é permitir que a infraestrutura de fibra óptica da companhia esteja disponível para contratação em 6 milhões de moradias até 2020. Segundo os executivos da empresa, os custos de implantação aproveitando a infraestrutura atual são 30 a 50 por cento menores que métodos tradicionais de construção de rede.
A companhia afirmou que, em oito semanas de implantação do piloto, o serviço de fibra "capturou quase 20 por cento de participação de mercado na região onde o produto foi disponibilizado".
As ações ordinárias da Oi exibiam alta de 5,7 por cento às 14h54, enquanto os papéis preferenciais tinham ganho de 2,5 por cento. As ações não fazem parte do Ibovespa (BVSP), que no mesmo horário tinha alta de 0,7 por cento.
A Oi divulgou na noite da véspera que reduziu o prejuízo líquido do segundo trimestre para 1,23 bilhão de reais, uma queda de 70 por cento sobre o resultado negativo de um ano antes.
Durante a teleconferência, executivos da Oi, que tem parcerias com os provedores de equipamentos Huawei [HWT.UL] e Nokia (HE:NOKIA), afirmaram que a expectativa da empresa é levar o serviço de fibra com a abordagem de "reuso de rede" para 19 cidades do país até o final deste ano. Como comparação, a Telefônica Brasil, que atua sob a marca Vivo, terminou o segundo trimestre com oferta de serviços de fibra óptica a residências em 98 cidades.
No final do segundo trimestre, a base de clientes de banda larga fixa da Oi era de cerca de 5 milhões, uma queda de 3,3 por cento sobre o mesmo período do ano passado. Já a Vivo tinha 7,5 milhões, praticamente estável sobre um ano antes, mas com a base de usuários de fibra óptica, serviço conhecido como FTTH, saltando 45 por cento, a cerca de 1,6 milhão.
Questionados sobre o processo de venda de ativos da operadora, executivos da Oi afirmaram que o foco da empresa segue sendo os ativos do grupo na África, oriundos da fracassada fusão com a antiga Portugal Telecom. Eles não informaram quando a empresa espera anunciar a venda desses ativos.
Já sobre o endividamento, os executivos da Oi afirmaram que apesar da forte valorização do dólar contra moedas emergentes ocorrida nos últimos dias a companhia não vê necessidade "neste momento" de tomar decisões de hedge cambial uma vez que a empresa tem carência de 5 anos nos principais instrumentos de dívida que têm conexão com o câmbio e não planeja pagamento de dividendos. A Oi terminou junho com dívida total de 15,2 bilhões de reais, dos quais 8,1 bilhões são em moeda estrangeira.
(Por Alberto Alerigi Jr.)