SÃO PAULO (Reuters) - A operadora de telecomunicações Oi teve prejuízo líquido de 4,55 bilhões de reais no quarto trimestre, desempenho impactado por três ajustes contábeis no total de 3,1 bilhões de reais.
A empresa havia registrado prejuízo de 4,42 bilhões de reais no quarto trimestre de 2014 e resultado negativo de 1 bilhão no terceiro trimestre. Com o desempenho dos três últimos meses do ano passado, a Oi acumulou em 2015 prejuízo de 5,35 bilhões de reais, após resultado negativo de 4,4 bilhões em 2014.
Os ajustes no quarto trimestre envolveram redução de 1,58 bilhão de reais no valor da participação de investimentos de grupos não controlados na África, incluindo a operadora Unitel, provisões para perdas com Imposto de Renda diferido no total de 1,39 bilhão, além de redução de 89 milhões de reais no valor da participação da Oi nos investimentos controlados na África.
Excluindo esses efeitos, o prejuízo líquido pró-forma das operações continuadas teria sido da ordem de 1,47 bilhão de reais no quarto trimestre, informou a operadora. O desempenho é explicado principalmente pelas maiores despesas financeiras em meio à deterioração das condições dos mercados e aumento das taxas de juros, disse a Oi.
A empresa teve resultado financeiro negativo de 3,95 bilhão de reais, ante despesa de 1,32 bilhão nos últimos três meses do ano anterior.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Oi de outubro a dezembro foi de 1,7 bilhão de reais, queda de 46,6 por cento na base de comparação anual. Em termos recorrentes, o Ebitda do quarto trimestre foi de 1,79 bilhão de reais, queda anual de 2,2 por cento.
No resultado de 2015, a Oi cumpriu projeção de Ebitda recorrente para as operações no Brasil entre 7 bilhões e 7,4 bilhões de reais, alcançando 7,23 bilhões de reais. Porém, a empresa resolveu não divulgar projeções para seu desempenho em 2016, afirmando que isso dá flexibilidade à operadora face à instabilidade macroeconômica atual.
A receita líquida total no quarto trimestre ficou em 6,7 bilhões de reais, baixa de 8,5 por cento na comparação anual. A receita líquida das operações brasileiras caiu 7,6 por cento e a das operações internacionais recuou 33,2 por cento.
A dívida líquida somou 38 bilhões de reais, ante 30,56 bilhões ao fim de 2014.
(Por Priscila Jordão, edição Alberto Alerigi Jr.)