Energia elétrica volta a pesar e IPCA-15 tem alta de 0,48% em setembro
Ações da Petrobras (SA:PETR4), da Vale e de bancos ditam tom positivo do Ibovespa nesta quarta-feira (Flickr/Caliel Costa)
SÃO PAULO – A madrugada agitada no Congresso e o otimismo no ambiente internacional determinam o tom positivo do Ibovespa nesta quarta-feira (25). A aprovação da revisão da meta fiscal dita ritmo favorável dos mercados.
Segundo o analista Carlos Müller, da Geral Investimentos, o avanço do Ibovespa reflete a aprovação da meta fiscal, que representa a primeira vitória do governo interino do presidente Michel Temer (PMDB).
“Após essa primeira vitória, os agentes passam a acreditar que o Congresso está com Temer e que será mais fácil emplacar as medidas necessária para que a economia se recupere.”
Luis Gustavo Pereira, analista da Guide Investimentos, está cauteloso. “A revisão da meta fiscal não é tão impopular e não pode ser usada como termômetro de apoio a Temer.” Para ele, o otimismo externo é o principal fator que determina o otimismo dos investidores domésticos.
A alta generalizada das bolsas internacionais e o desempenho dos preços do petróleo no exterior fazem com que o apetite ao risco prevaleça no cenário doméstico.
“O bom rali no exterior e a alta de mais de 1% da commodity sustentam o bom humor dos investidores”, diz Pereira.
Por volta das 13h20, o Ibovespa subia 1,32%, aos 50.000 pontos. As ações da Petrobras (PETR4) avançavam 2,93%, acompanhando o desempenho da commodity. As ações da Vale (VALE5 (SA:VALE5)) ignoravam a queda do minério de ferro e ganhavam 2,11%.
Os papéis do Banco do Brasil (SA:BBAS3) se recuperam após queda na sessão anterior e subiam 4,19%, acompanhados pelos ativos do Itaú Unibanco (SA:ITUB4), que registravam alta de 1,12%.
Câmbio
Após abrir em queda, o dólar virou e passou a subir, sustentado pelo ambiente externo, onde várias divisas emergentes também se enfraqueceram. Pereira destacou que a moeda norte-americana superou a barreira dos R$ 3,60, atingindo a máxima em quase uma semana. O avanço do dólar reflete as incertezas do mercado sobre a implementação de medidas fiscais que corrijam a trajetória das contas públicas.
Temer conseguiu sua primeira vitória no Congresso ao ter aprovada a revisão da meta fiscal, que passou a prever déficit de R$ 170,5 bilhões para o governo central. Ainda assim, a votação mostrou uma base aliada com divergências, o que amplia preocupações sobre a capacidade do governo de aprovar medidas consideradas impopulares. O dólar avançava 1,04%, a R$ 3,6075.