O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta sexta-feira, 16, após seguidas altas, encerrando uma semana de avanço para o preço do metal. As perspectivas para inflação nos Estados Unidos e a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) foram observadas atentamente, e algumas sinalizações sobre retirada de estímulos pressionaram o metal.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange, o ouro com entrega prevista para agosto encerrou a sessão com perda de 0,76%, a US$ 1.815,00 a onça-troy. Já na semana, houve avanço 0,24%.
"Dois presidentes regionais do Fed se pronunciaram ontem a favor da redução das compras atuais de US$ 120 bilhões por mês em um futuro próximo" para os títulos, aponta o Commerzbank sobre os estímulos nos EUA, concluindo que "essas observações colocaram pressão sobre o ouro por um tempo".
Ontem, o dirigente da distrital de St. Louis, James Bullard, defendeu que a entidade comece a retirar os estímulos monetários em entrevista. Para ele, o atual cenário da economia permite que o Fed inicie o "tapering", como é chamado o processo gradual de retirada da acomodação.
As vendas no varejo dos EUA avançaram 0,6% na passagem de maio para junho, conforme informou hoje o Departamento de Comércio americano. O resultado contrariou as expectativas dos analistas, que previam queda no período. A Capital Economics vê efeito da aceleração da inflação, que estaria mascarando a verdadeira fraqueza do consumo. Mas o ING acredita que, de fato, há um aquecido ímpeto por bens, com crescimento da demanda nos últimos anos. Seguindo a publicação, o dólar chegou a se valorizar ante rivais, o que pressionou o ouro.