LISBOA/MADRI (Reuters) - Milhões de pessoas em partes de Portugal e da Espanha optaram por ficar dentro de casa nesta terça-feira, no segundo dia de uma onda de calor que varre a Península Ibérica em meio ao pico da temporada turística, e que também estimulou a propagação de incêndios florestais.
Em Portugal, as autoridades declararam risco máximo de incêndios florestais em cerca de 120 municípios nas zonas norte e central do interior do país, assim como em Algarve, popular destino de férias no sul, por conta do calor escaldante.
As temperaturas elevadas, aliadas aos ventos fortes, dificultaram os esforços de mais de mil bombeiros para extinguir um incêndio que começou no sábado perto de Odemira, no Alentejo, mas desde então se espalhou também para o sul até Algarve, forçando a retirada de pelo menos 1.400 pessoas.
Na segunda-feira, os termômetros nas cidades centrais de Portalegre e Santarém quebraram recordes locais de cinco anos em 42,1 graus Celsius e 46,4 graus Celsius, respectivamente, o último pouco abaixo do recorde nacional de 47,3 graus Celsius, estabelecido em agosto de 2003.
Em Lisboa, residentes e turistas sentiram alguma trégua com as temperaturas baixando para os 31 graus Celsius, ante mais de 41 graus Celsius na segunda-feira, com expectativa de que o nível se mantenha nos próximos dias.
A agência meteorológica da Espanha, AEMET, disse que a província de Córdoba, no sul, pode ter temperaturas de até 44 graus Celsius nesta terça-feira e alertou que a onda de calor atingirá seu pico na quarta-feira, afetando quase todo o país.
De acordo com um consenso científico esmagador, as ondas de calor estão se tornando mais frequentes, intensas e espalhadas pelas estações devido às mudanças climáticas.
(Reportagem de Patricia Vicente Rua em Lisboa e Marco Trujillo em Madri)