(Embargada até as 7h desta quarta-feira).
Viena, 2 mar (EFE).- O Brasil continua a ser usado como um importante país de passagem para as remessas de drogas ilícitas destinadas a Estados Unidos, África e Europa, segundo o relatório anual da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), apresentado nesta quarta-feira em Viena.
A Jife ressalta que não há indícios de que existam laboratórios de fabricação de cocaína em território brasileiro, mas indica que a proximidade do litoral nordeste do Brasil com a África Ocidental tornou esta zona atraente para as organizações sul-americanas envolvidas no narcotráfico.
Em sua análise de 2010, a Jife aponta que o Brasil é uma plataforma para o contrabando em direção aos países da África Ocidental, por ar e mar, de uma parte importante da cocaína procedente de Bolívia, Colômbia e Peru.
Neste sentido, o organismo autônomo da ONU denuncia o envio de grandes remessas de cocaína em pequenos aviões modificados, que partem do Brasil ou da Venezuela com destino a países da África Ocidental.
De lá, a droga é transportada para a Europa, principalmente através de serviços de mensagens aéreas que recebem entorpecentes como pagamento por seus serviços.
A Jife elogia o Governo do Brasil por estar resolvido a seguir combatendo o tráfico de cocaína e de outras drogas no país, e incentiva as autoridades a redobrarem seus esforços.
O organismo, no entanto, vê com preocupação o aumento do consumo de crack no Brasil nos últimos anos, e assinala que em 2010 o Governo adotou medidas para frear o uso indevido desta e de outras substâncias ilícitas.
A Jife lembrou que durante muitos anos os níveis de consumo de entorpecentes nos países das Américas, entre eles o Brasil, figuraram entre os mais altos do mundo, mas que recentemente há indícios de que o Governo brasileiro "alcançou alguns progressos" no controle dos mesmos. EFE