Por Marco Aquino
LIMA (Reuters) - Comunidades indígenas peruanas que ocupam uma importante mina de cobre só aceitarão conversar com autoridades e representantes da empresa se o governo suspender a ordem de emergência na região, disseram líderes dos grupos à Reuters nesta segunda-feira.
O conflito sobre Las Bambas, uma das maiores minas de cobre do mundo e grande contribuinte para os cofres do governo, tem gerado incerteza sobre o enorme setor de mineração do país.
O governo declarou estado de emergência na área ao redor da mina em 27 de abril, suspendendo liberdades civis, incluindo o direito de reunião e protesto. A mina é de propriedade da chinesa MMG.
"Não vamos participar se o estado de emergência persistir", disse Edison Vargas, líder da comunidade de Fuerabamba, uma das duas comunidades que protestam contra a mina junto com a vizinha Huancuire. Falando por telefone, Vargas acrescentou que cerca de 700 membros da comunidade permanecem na propriedade da mina.
No final da semana passada, autoridades do governo propuseram conversas e convidaram representantes de Fuerabamba e Huancuire para participar.
Em 14 de abril, membros das comunidades de Fuerabamba e Huancuire entraram na mina e montaram um acampamento de protesto, forçando a empresa a suspender as operações uma semana depois. Os líderes comunitários argumentam que a mina não honrou totalmente seus compromissos anteriores.
O Peru é o segundo maior produtor de cobre do mundo, e Las Bambas sozinha normalmente responde por 2% da produção global do metal.