Petrobras e Equinor dominam leilão do pré-sal da ANP

Publicado 22.10.2025, 11:55
Atualizado 22.10.2025, 14:07
© Reuters.

Por Marta Nogueira e Fabio Teixeira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras e a norueguesa Equinor se destacaram no leilão de áreas exploratórias do pré-sal realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta quarta-feira, ao adquirirem 100% de um bloco cada uma e formarem um consórcio para um terceiro.

A australiana Karoon Energy também adquiriu um bloco, enquanto as chinesas CNOOC e Sinopec formaram um consórcio para adquirir outro.

Foi a primeira vez que Karoon e Sinopec participaram de um leilão do pré-sal no Brasil, marcado também pela ausência da Shell, segunda produtora de petróleo no país.

O governo arrecadou no leilão, sob modelo de partilha de produção, R$103,7 milhões com a negociação de cinco de sete blocos de exploração e produção de petróleo no pré-sal. O programa exploratório mínimo previsto para as áreas negociadas soma R$451,5 milhões a serem empenhados pelas petroleiras vencedoras.

"Estamos muito satisfeitos com o resultado do leilão", disse o diretor-geral da ANP, Artur Watt, pontuando considerar na análise a concorrência e os ágios obtidos.

O diretor-geral também ressaltou que o leilão permitiu a negociação de áreas mais distantes das que já estão em produção e são amplamente conhecidas pela indústria.

"Nós estamos avançando mais do meio para a borda do polígono", adicionou.

No modelo de partilha de produção, o bônus de assinatura é fixo, com as propostas vencedoras sendo aquelas que oferecem o maior percentual de excedente em óleo ao governo brasileiro.

Sozinha, a Petrobras adquiriu o bloco Citrino com uma oferta de 31,19%. Sua oferta, que teve o maior ágio da rodada, de 251,63%, venceu um lance feito pela petroleira brasileira Prio, que ofertou 22,42% de excedente em óleo.

Já a Equinor levou, sem concorrência, o bloco Itaimbezinho com uma oferta de 6,9%, a menor do leilão, contra o percentual mínimo exigido de 6,67%. Esse bloco já havia sido ofertado em outra rodada, mas não teve lances na ocasião.

Um consórcio liderado pela Petrobras, com a Equinor, adquiriu o bloco Jaspe, vencendo o consórcio formado por Chevron e QatarEnergy ao prometer entregar 32,9% do excedente em óleo de Jaspe ao Estado brasileiro, o maior percentual do leilão.

A Karoon ofereceu 14,1% de excedente em óleo no bloco Esmeralda, e o consórcio CNOOC/Sinopec venceu o bloco Ametista com uma oferta de 9%.

A chamada área do pré-sal -- vastos campos em águas profundas sob uma espessa camada de sal abaixo do fundo do oceano -- é de onde vem a maior parte do petróleo produzido no Brasil, com descobertas feitas há quase duas décadas que transformaram o país em um dos maiores produtores mundiais.

Embora 15 empresas tenham se inscrito para participar do leilão, oito fizeram ofertas, com grandes companhias como Shell e BP ficando de fora.

A decisão da Shell de ficar fora deste leilão refletiu uma "abordagem disciplinada" para a alocação de capital, afirmou a empresa em comunicado.

Não houve lances para os blocos Larimar e Ônix.

Havia expectativa de interesse no leilão após a BP ter feito uma grande descoberta na área do pré-sal neste ano.

"Este resultado demonstra um renovado interesse pelo pré-sal brasileiro, dando continuidade ao sucesso da descoberta Bumerangue pela BP", disse Flavio Menten, analista de pesquisa de upstream da Rystad Energy.

(Por Marta Nogueira, Fabio Teixeira, com reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier)

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