Por Gabriel Codas
Investing.com - As ações da Petrobras operam com ganhos na parte da manhã desta terça-feira na B3, puxando os ganhos do Ibovespa hoje. A companhia informou que reviu o corte de produção previsto para abril após verificar uma demanda melhor do que a esperada por seus produtos, especialmente aqueles exportados, apesar do cenário mundial de contração de consumo devido ao novo coronavírus. A alta do preço do petróleo no mercado internacional contribui para o bom desempenho das ações da estatal.
Assim, por volta das 11h02, os papéis preferenciais (SA:PETR4) tinham ganhos de 3,22% a R$ 16,98, enquanto os ordinários (SA:PETR3) registravam alta 3,69%. Em Londres, o contrato futuro do petróleo Brent, referência para os negócios da Petrobras, subia 2,99% a US$ 23,74 por barril. O Ibovespa tinha ganhos de 3,34% a 80.847 pontos.
A companhia havia anunciado no último dia 7 um corte de produção de petróleo de cerca de 200 mil barris por dia (bpd), fixando um patamar de bombeamento de 2,07 milhões de bpd para abril, ante média de 2,394 milhões de bpd registrada no último trimestre de 2019.
Mas, em relatório de produção nesta segunda-feira, apontou média produtiva em abril de cerca de 2,26 milhões de barris por dia, 20 dias depois de anunciar cortes para se adequar a um momento de menor demanda pelo coronavírus.
O BTG Pactual (SA:BPAC11) destaca que é desnecessário dizer que alguns dos principais pilares do caso de investimento na estatal não estão mais lá, não esperando que a estatal seja capaz de cumprir sua estratégia de desalavancagem e redução de riscos enquanto os baixos preços do petróleo e a suspensão da venda dos ativos não essenciais permanecem em vigor.
Dito isto, o valor de mercado da Petrobras agora representa apenas menos de 1/3 do valor da empresa, o que significa que a companhia é mais do que nunca uma jogada alavancada no petróleo. Os analistas seguem comprando o nome com base em nossa visão mais construtiva de longo prazo sobre os preços. Além disso, estimam que o ponto de equilíbrio de FCFE da Petrobras esteja agora na faixa de US$ 25 a US$ 27/bbl, o que dá tempo de sobra para suportar grandes pressões financeiras com equanimidade.
Para a Mirae Asset, os números divulgados foram bons na comparação anual, mas esperam ajustes na produção e na venda ao longo do segundo trimestre, decorrente da queda de atividade global, em virtude do coronarávirus.
Para o segundo semestre, a corretora espera que a recuperação gradual do preços do Brent e do WTI e consequentemente ajustes na oferta e demande global da indústria de petróleo.
“Com a evolução da demanda por nossos produtos se mostrando melhor do que o esperado, optamos pelo retorno gradual para um patamar de produção média de óleo de 2,26 milhões de bpd em abril acompanhado de aumento do fator de utilização da capacidade do refino”, disse a empresa, em seu boletim trimestral de produção.
A empresa informou que havia programado anteriormente reduzir o fator de utilização das refinarias de 79% para 60%. Mas não informou o novo fator de utilização para suas refinarias.
Em boletim na noite de segunda-feira, o Ministério de Minas e Energia informou que o fator de utilização das refinarias, que ficou abaixo de 55% ao longo da maior parte da primeira quinzena do mês, havia subido para mais de 60% no domingo.