Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou em forte alta nesta quarta-feira, após renovar mínima em quase sete anos na véspera, com as ações de Petrobras (SA:PETR4) disparando conforme os preços do petróleo avançaram pela segunda sessão consecutiva.
O enfraquecimento dos pregões em Nova York após comunicado do banco central norte-americano sobre decisão de juros afastou o principal índice da bolsa paulista das máximas, enquanto o noticiário corporativo local teve efeito misto.
O Ibovespa subiu 2,34 por cento, maior ganho percentual desde 9 de dezembro no ano passado, a 38.376 pontos. Na máxima da sessão, a alta foi de 3,4 por cento. O volume financeiro do pregão somou 6,24 bilhões de reais.
Os preços do petróleo fecharam em alta, após a Rússia indicar que há possibilidade de cooperação com a Opep, alimentando esperanças de um acordo para reduzir o excesso de oferta. Dados mostrando queda nos estoques de combustíveis derivados nos Estados Unidos também contribuíram para a alta do petróleo. O Brent subiu 4,1 por cento, enquanto o petróleo nos EUA avançou 2,7 por cento.
As bolsas em Nova York seguiram a melhora do petróleo, com resultados corporativos no radar, mas perderam fôlego e fecharam em queda superior a 1 por cento após o Federal Reserve frustrar as expectativas dos investidores por sinalizações mais contundentes de que pode recuar no ritmo de alta de juros devido à recente turbulência econômica e financeira.
Da cena doméstica, também repercutiu a nova fase da operação Lava Jato da Polícia Federal.
DESTAQUES
- PETROBRAS fechou com as preferenciais em alta de 8,81 por cento e as ações ordinárias saltando 9,73 cento, conforme as cotações do petróleo avançavam fortemente no exterior, com o barril de Brent rondando 33 dólares.
- CEMIG (SA:CMIG4) disparou 10,34 por cento, após a Justiça suspender liminar que impedia início da operação da hidrelétrica de Belo Monte, que tem a estatal mineira como sócia. Fora do Ibovespa, ELETROBRAS PNB, outra sócia no empreendimento, saltou 9,07 por cento.
- VALE encerrou com as preferenciais de classe A e as ordinárias subindo 5,28 e 5,14 por cento, respectivamente, revertendo perdas iniciais, em sessão com alta dos preços do minério de ferro à vista na China.
- FIBRIA, que divulga resultado após o fechamento, ganhou 2,16 por cento. Estimativas compiladas pela Reuters apontam Ebitda ajustado de 1,65 bilhão de reais de outubro a dezembro.
- SANTANDER BRASIL subiu 0,55 por cento, mesmo após analistas considerarem fraco o resultado do quarto trimestre, quando o banco obteve lucro líquido recorrente de 1,6 bilhão de reais.
- ITAÚ UNIBANCO subiu 0,38 por cento e BRADESCO ganhou 1,22 por cento, em dia de dados de crédito considerados negativos por analistas. O Credit Suisse reiterou recomendação "underperform" para o setor.
- BANCO DO BRASIL perdeu 1,47 por cento, com apreensões sobre o uso da banco para estimular a economia. Duas fontes de alto escalão do governo afirmaram à Reuters que o governo federal pode liberar até 60 bilhões de reais em crédito por meio de bancos públicos e do FGTS para tal fim.
- JBS desabou 14,7 por cento, destaque na ponta negativa, ainda pressionada por denúncia do Ministério Público em São Paulo contra executivos da holding J&F, que controla a empresa, por crime contra o sistema financeiro.
- KROTON (SA:KROT3) EDUCACIONAL caiu 1,88 por cento, após queda de 30 por cento no número de vagas que a empresa pode oferecer via Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) no primeiro semestre em relação a igual período de 2015. ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES subiu 0,75 por cento após alta de 5 por cento na oferta disponível dentro do Fies.