Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) afirmou nesta quarta-feira esperar que os cortes praticados por ela nos preços da gasolina vendida aos distribuidores, que já acumulam queda de 40% neste ano, cheguem aos consumidores finais, nos postos de combustíveis.
A declaração da Petrobras, enviada à imprensa, foi feita em momento em que os postos praticamente não refletiram as reduções aplicadas pela estatal, maior fornecedora de combustível às distribuidoras e postos.
Segundo pesquisa da agência reguladora ANP, até a última sexta-feira a gasolina havia tido queda de somente 1,6% no acumulado do ano, na média Brasil.
Em seu último movimento, a petroleira reduziu em 15% o valor da gasolina nas refinarias a partir desta quarta-feira, conforme informado na véspera, para 1,14 real por litro, o menor preço nominal (sem considerar a inflação) cobrado pela Petrobras desde 31 de outubro de 2011.
A redução ocorre em meio a um tombo dos preços de petróleo e derivados por impactos da expansão do coronavírus e de uma guerra de preços entre grandes produtores globais da commodity.
"A Petrobras espera que este movimento nos preços se reflita, no curto prazo, na redução do preço final cobrado ao consumidor", disse a empresa em nota à imprensa.
O repasse de ajustes dos combustíveis nas refinarias para o consumidor final nos postos não é imediato e depende de diversos fatores, como consumo de estoques, impostos, margens de distribuição e revenda e mistura de biocombustíveis.
Postos de combustíveis pelo país já sentem queda importante na demanda, em meio a medidas de isolamento social praticadas por autoridades e sociedade em geral para evitar a proliferação do novo coronavírus.
No caso do preço do diesel, a petroleira não realizou ajuste nesta quarta-feira. Mas o combustível fóssil vendido pela companhia acumula recuo de aproximadamente 30% neste ano até o momento.
(Por Marta Nogueira)