BRASÍLIA (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) espera receber nos próximos dias ofertas não vinculantes para mais três das oito refinarias que estão sendo vendidas, disse nesta segunda-feira o presidente da companhia.
Após ter recebido propostas não vinculantes por cinco unidades, a estatal deverá receber ofertas pela Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas; Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Ceará; e Unidade de Industrialização do Xisto (Six), no Paraná.
"Estaremos recebendo propostas não vinculantes nos próximos dias e vamos fixar um prazo para recebimento das propostas vinculantes", disse Roberto Castello Branco a jornalistas, após participar de uma reunião no Ministério de Minas e Energia, que discutiu formas de evitar que o Brasil fique sujeito a crises geradas por eventuais altas do petróleo.
Ele destacou que, quando a Petrobras terminar seu programa de desinvestimentos em refinarias, ficará com apenas 49% da capacidade de refino do país, ante atuais 98%.
"E a Petrobras, em 2021, terá apenas 49% da capacidade de refino do país, sem capacidade de determinar preço, coisa que nós nos abstemos hoje, são preços do mercado internacional, e haverá, então, perspectivas de que novos refinadores tenham estímulos para realizar investimentos, expandindo capacidade de refino no Brasil", destacou.
Segundo ele, quando a Petrobras deixar de ser dominante no refino, conforme estabelecido em um compromisso com o órgão antitruste Cade, haverá um "ganho líquido para a sociedade, de ter mais competição, e a possibilidade de ter mais investimentos nesse negócio tão importante para economia brasileira".
Castello Branco lembrou que a Petrobras recebeu em novembro propostas não vinculantes para as primeiras quatro refinarias, em Pernambuco, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul. E, em seguida, recebeu proposta não vinculante pela refinaria de Minas Gerais.
"Passamos para essas refinarias à fase de propostas vinculantes, que estabelecemos no início do mês de março para recepção dessas propostas."
A venda das refinarias representa parte importante do programa de desinvestimentos da estatal, que busca reduzir seu elevado endividamento e concentrar seus investimentos na exploração e produção do pré-sal.
(Por Gabriel Ponte; texto de Roberto Samora)