SÃO PAULO (Reuters) - As refinarias da Petrobras (SA:PETR4) estão prontas para produzir gasolina de acordo com uma nova especificação da reguladora ANP, que entra em vigor a partir de agosto, disse uma diretora da estatal na terça-feira.
Uma regulamentação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) definiu novos requisitos técnicos para a gasolina comum a ser comercializada no Brasil a partir de agosto de 2020, sendo que está previsto ainda novo avanço das regras em uma segunda etapa, em janeiro de 2022.
"A Petrobras já está pronta para produzir essa nova gasolina. A nova especificação é bem-vinda e vai aproximar a qualidade do combustível comercializado no Brasil ao do mercado americano e europeu", disse a diretora de Refino e Gás Natural da Petrobras, Anelise Lara, ao participar de uma transmissão ao vivo da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA).
Segundo a companhia, as regras da ANP estabelecem que a gasolina comum, tanto produzida localmente quanto importada, deverá ter uma massa específica mínima de 715 kg/m³. No momento, não há esta exigência.
A especificação também estabelece a necessidade de octanagem mínima de 92 pela metodologia de RON, mais adequada às novas tecnologias de motores que já estão sendo introduzidas no país, explicou a estatal.
Na prática, isso levará a uma melhoria na qualidade intrínseca da gasolina comercializada, inclusive com benefícios para os motores dos veículos, disse a diretora de Refino da Petrobras.
"Isso vai permitir uma redução no consumo de gasolina por quilômetro rodado", afirmou.
A executiva também destacou que a petroleira estatal realizará a partir de julho testes de produção de "diesel verde" em sua refinaria Presidente Getulio Vargas, no Paraná.
O novo combustível, conhecido tecnicamente como diesel parafínico renovável (HVO), poderia ser usado para atender uma parcela de biocombustível que de acordo com a regulação deve ser misturada ao diesel comercializado nos postos brasileiros, segundo a Petrobras.
A entrada do combustível no mercado, no entanto, ainda depende de regulamentação da ANP que reconheça a possibilidade de uso desse "diesel verde" para cumprimento da regra de adição de biocombustíveis ao diesel, acrescentou ela.
Segundo Anelise, esse tema está atualmente em discussão na agência reguladora.
(Por Luciano Costa)