Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) comunicou em carta a sindicato de petroleiros que irá hibernar seis plataformas de produção de petróleo e gás em cinco campos na Bacia de Campos, como parte das medidas empenhadas para reduzir custos em meio a uma crise do setor de petróleo, conforme o documento visto pela Reuters.
As medidas ocorrem enquanto a companhia busca se adaptar ao novo cenário de preços do petróleo, que sofreram queda de cerca de 50% neste ano, diante de uma retração da demanda por influencia do novo coronavírus e de uma guerra de preços travada por Arábia Saudita e Rússia.
Na carta, datada de quarta-feira, a petroleira estatal reafirmou ver a atual crise da indústria do petróleo como a pior dos últimos 100 anos.
"O cenário de incerteza é tamanho que precisamos ir além e tomar medidas preventivas para redução de desembolso e preservação do nosso caixa, a fim de reforçar a solidez financeira e a resiliência dos nossos negócios", disse a carta.
"Essas medidas incluem parada de algumas unidades de produção, postergação e redução de gastos com pessoal e dividendos, entre outras."
As plataformas a serem hibernadas na Bacia de Campos são Cherne 1 e 2, no campo de Cherne; Namorado 1 e 2, no campo de Namorado; Petrobras-09, nos campos de Congro e Corbina; e Garoupa, no campo de Garoupa, segundo o documento, assinado pela gerente setorial de Relações Sindicais, Marta Garcia.
O comunicado veio após a empresa ter informado neste mês corte de 200 mil barris diários de sua produção e fixado um patamar de 2,07 milhões de barris por dia (bpd) de bombeamento para abril, ante média de 2,394 milhões de bpd registrada no último trimestre de 2019.
Ainda no documento, a Petrobras citou que medidas em curso pela companhia incluem parada de algumas unidades de produção, postergação e redução de gastos com pessoal e dividendos, entre outras.
Entre as instalações que estão sendo hibernadas, além das plataformas em águas rasas, estão ainda campos terrestres, segundo a carta. "Tais plataformas e campos operam com custo de produção mais elevado. No caso das plataformas, em virtude da queda dos preços do petróleo, passaram a ter fluxo de caixa negativo", afirmou.
A Petrobras disse ainda que cada instalação terá seu planejamento próprio de hibernação.
"Tal planejamento inclui, entre outras coisas, análise de risco e serão adotadas as ações necessárias para preservar a segurança das pessoas, do meio ambiente e das instalações. Alguns ativos estão passando por processo de desinvestimento e a hibernação não afetará a continuidade desse processo."
Na carta, a gerente explicou ainda que os empregados das instalações hibernadas terão acesso a todas as alternativas previstas no atual plano de pessoal para gestão do portfólio: realocação interna de acordo com as necessidades da Companhia, Programa de Desligamento Voluntário (PDV) e desligamento por acordo.
Procurada, a Petrobras não comentou o assunto imediatamente.
(Por Marta Nogueira)