Por Marta Nogueira e Gram Slattery
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) já registra boa recuperação na demanda brasileira por diesel e gasolina, ante a forte retração observada no início de abril por impactos do novo coronavírus, o que deverá reduzir as exportações de petróleo cru neste mês, afirmou nesta sexta-feira a diretora de Refino e Gás Natural, Anelise Lara.
Atualmente, a retração da demanda de diesel está em cerca de 30%, contra 50% no início de abril, enquanto a gasolina apresenta recuo de 40% a 45% nas vendas, versus 65% anteriormente.
Em videoconferência com jornalistas, a executiva explicou que a queda da demanda no país por ambos os combustíveis contribuiu com a exportação recorde de 1 milhão de barris por dia de petróleo em abril, que também contou com a boa qualidade do óleo do pré-sal e a retomada da demanda da China.
"O mercado interno se recuperando agora em maio, as vendas para o mercado externo de petróleo cru vão cair, porque a gente vai priorizar o processamento e a venda no mercado interno, e a gente deve ter um aumento de exportação de gasolina, que deve ser superior em maio ao que a gente viu nos últimos meses", disse a executiva, aos jornalistas.
Como parte desse movimento, o fator de utilização das refinarias já subiu para mais de 70% atualmente, contra 60% em abril. No primeiro trimestre, esse indicador era de 79%.
Lara pontuou, no entanto, que vê manutenção do apetite externo tanto pelo petróleo da companhia, quanto pelo combustível naval (bunker).
A empresa vem se beneficiando de novas normas internacionais que exigem bunker com baixo teor de enxofre, o que pode ser desenvolvido com baixos custos com o petróleo do pré-sal.
Do lado negativo, Lara citou que o querosene de aviação, que teve um recuo de 90% nas vendas no início de abril e deverá levar mais tempo para retomar a demanda, devido a um movimento muito fraco de companhias aéreas.