RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Conselho da Petrobras aprovou a prorrogação da licença não remunerada do presidente da Transpetro, subsidiária de logística da petroleira, pelos próximos 30 dias, segundo comunicado publicado nesta sexta-feira.
O executivo licenciado, Sergio Machado, continuará sendo substituído pelo diretor Cláudio Ribeiro Teixeira Campos, disse a Petrobras.
Machado havia pedido licença sem vencimentos por 31 dias a partir de 3 de novembro, após notícias de que a PriceWaterhouseCoopers (PwC), auditora dos resultados financeiros da Petrobras, recusou-se a aprovar o balanço do terceiro trimestre da petroleira. Um dos motivos seria a permanencia do presidente, que foi acusado de participar de esquema de corrupção.
As denúncias que citavam Machado foram feitas pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que foi preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga superfaturamento em contratos públicos e desvio de dinheiro.
Costa está cumprindo prisão domiciliar depois que concordou em fazer uma delação premiada.
Em comunicado, a Transpetro disse que Machado optou, de modo espontâneo, por se afastar do cargo, para "facilitar ampla apuração dos procedimentos da Transpetro durante sua gestão". "Como até agora a auditoria na empresa ainda não foi concluída, Machado prefere manter-se licenciado", disse a Transpetro.
Na ocasião em que anunciou a licença, Machado afirmou em nota que não temia investigações sobre sua atuação, mas que queria evitar eventuais atrasos na divulgação do balanço financeiro do terceiro trimestre da Petrobras. O balanço não auditado da empresa será divulgado em 12 de dezembro.
"A acusação é francamente leviana e absurda, mas mesmo assim serviu para que a auditoria externa PwC (PriceWaterhouseCoopers) apresentasse questionamento perante o Comitê de Auditoria do Conselho de Administração da Petrobras", disse o presidente.
Machado preside a Transpetro desde junho de 2003.
(Por Marta Nogueira; edição Juliana Schincariol e Luciana Bruno)