Petrobras quer antecipar meta de net zero para 2035, diz presidente

Publicado 14.10.2024, 13:36
Atualizado 14.10.2024, 15:01
© Reuters. Tanque de combustíveis em Paulínian1/07/2017nREUTERS/Paulo Whitaker

Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) -A Petrobras (BVMF:PETR4) tem a ambição de antecipar sua meta de neutralidade das emissões líquidas de carbono para 2035, ante o prazo atual de 2050 para atingir o chamado "net zero", e poderá anunciar em breve uma parceria com a Vale (BVMF:VALE3) relacionada a biocombustíveis, disse nesta segunda-feira a presidente da estatal, Magda Chambriard.

"A gente acha que o net zero da Petrobras vai ocorrer bastante antes de 2050. Não quero prometer quando, mas 2035 não é impossível. Não é promessa, é uma ambição", disse Chambriard, em café da manhã com jornalistas, sem detalhar como isso ocorreria.

A executiva também afirmou que a companhia está trabalhando em uma parceria com a Vale em descarbonização, em iniciativa que poderá incluir o fornecimento de diesel R5 (coprocessado com óleo vegetal) e bunker (combustível marítimo) com conteúdo renovável.

"Um esforço das duas maiores empresas do Brasil em prol da descarbonização", afirmou Chambriard.

"Nós vamos ajudar a Vale a descarbonizar a sua mineração e nós vamos fazer uma parceria para as duas empresas se ajudarem", adicionou, pontuando que a estatal poderá ofertar combustíveis com conteúdo renovável para ferrovias, caminhões e navios da Vale.

A executiva destacou que o bunker da companhia já pode conter 24% de conteúdo renovável, o que poderá favorecer a parceria com a mineradora, que também busca meios de descarbonizar suas operações.

Chamado de VLS (Very Low Sulfur) B24, o bunker com conteúdo renovável está disponível sob demanda e é resultado da mistura de bunker de origem mineral com o biodiesel, realizada em tanques específicos, segundo informações publicadas anteriormente pela Petrobras.

Já o diesel R, da Petrobras, é produzido em refinarias da petroleira por meio do processamento do petróleo junto com conteúdo renovável, como óleo vegetal ou gordura animal. Atualmente, cinco refinarias já podem produzir o produto com 5% de conteúdo renovável, segundo Chambriard.

A executiva chamou o diesel R de "meu chuchuzinho" e comentou sobre decisão do Congresso de não contemplar a nova tecnologia desenvolvida pela Petrobras no programa Combustível do Futuro, que prevê incentivos de fomento à descarbonização do setor de combustíveis.

"É um diesel renovável que ficou fora do Combustível do Futuro. Eu acho que eles ficaram com medo de nós... Eu não posso negar que a Petrobras é um senhor concorrente, mas nesse caso a gente não quer ser concorrente do agro não", afirmou Chambriard.

"Nós vamos ser parceiros do agro, nós vamos comprar óleo vegetal do agro para fazer um diesel renovável."

PLANO ESTRATÉGICO

A executiva também afirmou que o novo plano estratégico da companhia 2025-2029, previsto para o fim de novembro, irá contemplar questões relacionadas à transição energética, considerando investimentos em "moléculas e elétrons".

"Estamos, em relação ao ano passado, dando uma atenção maior do que no plano anterior para as moléculas", afirmou, fazendo referência ao gás natural.

"Vamos fazer moléculas, vamos fazer elétrons, vamos continuar a desenvolver, vamos tentar desenvolver as coisas mais rápido... O Brasil é o país, talvez o 6º ou o 7º maior mercado consumidor de derivados do mundo, e a gente não pode fechar os olhos para isso, para as potencialidades que a transição energética nos trará em termos de derivados."

A executiva, porém, evitou dizer se elevará ou não os investimentos no próximo planejamento.

"A gente não imagina que o planejamento capote. Comparando com o do ano anterior, a gente vai dizer assim... certamente não vai ser o dobro, também não vai ser a metade, mas esse número não está fechado ainda", afirmou.

O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, também afirmou na entrevista que o novo plano estratégico da empresa deverá incluir dois hubs de captura e armazenamento de carbono.

(Reportagem de Marta Nogueira e Rodrigo Viga GaierEdição de Pedro Fonseca)

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