NOVA YORK (Reuters) - Agricultores norte-americanos, produtores de biocombustíveis e empresas petroleiras montaram um derradeiro esforço para pressionar os reguladores a revisar um controverso plano para o uso do biocombustível, que é misturado à gasolina nos Estados Unidos.
Em milhares de documentos antes do prazo da meia-noite para comentários sobre o plano, grupos industriais e empresas como a Archer Daniels Midland e a Valero Energy instigaram a Agência de Proteção Ambiental (EPA, em inglês) a repensar sua proposta para volumes de biocombustíveis exigidos para serem misturados no fluxo de combustíveis até 2016.
A proposta para o programa Padrões de Combustíveis Renováveis (RFS, em inglês), esboçado dois meses atrás pela EPA visa aumentar o uso do etanol no próximo ano confiando em uma maior adoção de misturas de gasolina com maior teor de etanol como o E15, que tem cerca de 15 por cento de etanol, e o E85, com cerca de 85 por cento de etanol.
O setor de milho quer um volume maior de etanol misturado à gasolina que o proposto pela EPA e argumenta que os combustíveis renováveis promovem independência energética e economias rurais.
Grupos petroleiros dizem que a proposta da EPA para uso de biocombustíveis violará a chamada "barreira da mistura", que é o limite prático de etanol utilizado sem grandes mudanças de infraestrutura. Dizem ainda que os motoristas pagam mais pelo biocombustível porque é menos eficiente, forçando-os a abastecer com mais frequência, enquanto as varejistas de combustíveis precisariam investir pesadamente em infraestrutura para permitir maior uso do biocombustível.
Já os proponentes do RFS argumentam que o etanol economiza o dinheiro dos motoristas e as companhias de petróleo exageram os custos para evitar que os biocombustíveis agarrem uma grande participação de mercado.