Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) - As exportações pelo corredor leste do Porto de Paranaguá, o segundo mais movimentado do Brasil, totalizaram 11,1 milhões de toneladas no primeiro semestre, o maior volume para um único semestre desde a criação do porto há 50 anos, disseram as autoridades portuárias de Paranaguá nesta terça-feira.
Executivos do porto citaram um aumento significativo nos embarques de grãos em geral, mas destacaram a soja, cujo volume de exportação saltou 22,4% depois que o Brasil colheu sua maior safra de todos os tempos em 2023.
As exportações de soja representaram 6,5 milhões de toneladas do total embarcado no primeiro semestre via Paranaguá, ou quase 60%, segundo autoridades. Em seguida, veio o farelo de soja, com cerca de 24% dos embarques totais, e o milho, que representou cerca de 17% -- ou 1,9 milhão de toneladas.
O Brasil envia a maior parte de sua soja para a China, mas nesta temporada, a quebra de safra na Argentina provocou vendas de volumes inéditos para o próprio país vizinho, que também é um grande fornecedor global de soja e subprodutos.
Em 2023, o Brasil também está colhendo safra recorde de milho, ajudando a aumentar a demanda por serviços portuários nos primeiros meses do ano. Tradicionalmente, o Brasil exporta a maior parte do milho no segundo semestre, quando compete com o produto norte-americano nos mercados globais.
De acordo com analistas, problemas com a oferta da Ucrânia e a nova demanda da China, que aprovou importações brasileiras de milho em dezembro passado, também estão aumentando a demanda pelo milho brasileiro este ano.
As autoridades de Paranaguá disseram que os resultados do primeiro semestre também refletem o aumento da eficiência portuária, citando o tempo médio de atracação no corredor leste caindo para 2,35 dias em junho, de 2,84 dias em junho do ano passado.
O ritmo médio dos embarques subiu para cerca de 1.088 toneladas por hora, ante cerca de 817 toneladas/hora no mesmo período do ano passado, informou o porto.
(Reportagem de Ana Mano)