O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse na tarde desta sexta-feira, 24, que se o bagaço da cana tiver um "gostinho de álcool, até que é bom". A fala foi dita em um evento em Guariba (SP), na cerimônia de inauguração da planta de etanol de segunda geração da Raízen (BVMF:RAIZ4).
"Vou visitar um monte de bagaço, que antes era jogado fora. Um pouquinho daquele bagaço era utilizado para misturar na ração animal. Nem sei se a vaca gostava daquilo, mas eu sei que misturava. Eu não pus boca, não sei se é bom. Se tiver um gostinho de álcool, até que é bom", diz.
O discurso de Lula se refere ao ciclo da cana-de-açúcar. Atualmente, essa planta gera produtos como cachaça, álcool e açúcar. O bagaço, que antes era descartado, é utilizado como biomassa para gerar energia.
O presidente da República enfatiza que antes o bagaço era usado para outra fins por falta de conhecimento, como combustível para queimas em plantações para afastar animais peçonhentos, por exemplo. Foi a partir da cana que, durante a crise do petróleo na década de 70, foi possível retirar o Proálcool.
"Eu fico percebendo que a nossa engenharia, que os nossos pesquisadores, conseguiram fazer o que nenhum país do mundo que pensa que são melhor do que nós fizeram. A gente consegue transformar aquele bagaço numa coisa que produz o Etanol de muito melhor qualidade do que o Etanol que produzíamos antes, que é o Etanol de segunda geração", explica.
Ele ainda questiona "qual é o país que tem isso?", argumentando que as outras nações possuem outras "coisas" que possivelmente não tenha no Brasil, mas que é necessário valorizar o que há em território nacional.
Lula também pontua a necessidade da transição energética mundial, argumentando que o Brasil tem potencial para estar a frente da causa.
"A natureza está se manifestando em vários países e o aquecimento global é uma verdade. E qual é o país que tem a possibilidade de descarbonizar o planeta do que nós?, diz.
Raízen inaugura fábrica que produz etanol de segunda geraçãoCom investimento de R$ 1,2 bilhão e a capacidade de 82 milhões de litros de por ano, a fábrica inaugurada nesta sexta-feira avança na produção de etanol de segunda geração, que é feito com os resíduos da fabricação do etanol comum, o chamado de primeira geração.
Localizada no Parque de Bioenergia Bonfim, em Guariba (SP), a usina conta com 80% da capacidade produtiva já contratada.