Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA) planeja ofertar 55 milhões de barris de petróleo dos campos de Búzios, Sapinhoá e Tupi e da área de desenvolvimento de Mero, em 26 de novembro, na B3 (SA:B3SA3), e conta com volumes mais expressivos e experiência de certames do passado para ver as vendas efetivadas.
Esse é o 3º Leilão de Petróleo da União da PPSA, responsável por representar a União nos contratos de partilha de produção no pré-sal e que tem como uma das missões vender a parcela de petróleo que pertence à nação.
Até o momento, a companhia apenas comercializou volumes de petróleo com a Petrobras (SA:PETR4) , de forma direta ou por meio do 2º Leilão de Petróleo da União, realizado em agosto de 2018. No primeiro leilão, em maio daquele mesmo ano, não houve interessados nos volumes.
Em entrevista à Reuters, o diretor de Administração, Finanças e Comercialização da PPSA, Samir Passos Awad, afirmou que a empresa acumulou experiência desde o último leilão, com relação a trâmites e cálculos dos volumes a que o país terá direito.
Além disso, disse que há atualmente mais empresas no pré-sal brasileiro com capacidade para participar do certame, o que poderá gerar maior participação.
"A medida que os contratos no pré-sal estão avançando, as empresas estão ganhando mais musculatura. Existe hoje mais competitividade... o fato é que número de atores cresceu", disse Awad, em conversa por teleconferência.
O executivo também destacou que os volumes a serem ofertados cresceram e por isso poderão gerar mais interesse.
No segundo leilão, um dos contratos ofertados chegou a ser arrematado pela petroleira francesa TotalEnergies. No entanto, Awad explicou que a comercialização não chegou a ser concretizada, uma vez que não houve a formação de uma carga mínima para o navio, de 500 mil barris, no tempo esperado.
"Dessa vez não haverá problema do contrato anterior, formaremos a carga mínima do navio", afirmou.
Poderão participar do novo leilão, de forma individual, empresas brasileiras produtoras e exportadoras de petróleo e membros de consórcio de contratos de exploração e produção de petróleo e gás natural no pré-sal ou empresas brasileiras de refino.
Empresas de logística (brasileiras ou estrangeiras) só poderão participar em consórcio formado com empresas petroleiras ou de refino e liderado por empresa brasileira.
As cargas estarão disponíveis para embarque entre 2022 e 2026. O pré-edital do leilão foi disponibilizado nesta terça-feira no site da empresa.
As cargas serão leiloadas em quatro lotes, um para cada campo produtor e em contratos de 24, 36 ou 60 meses dependendo do lote.
A maior carga a ser comercializada é da Área de Desenvolvimento de Mero, podendo somar mais 40 milhões de barris.
O novo leilão ocorre também após uma licitação organizada pela PPSA em abril deste ano para contratar um agente para comercializar volumes de petróleo da União, produzidos no campo de Tupi, ter falhado em atrair investidores.
Awad explicou que as lições aprendidas ainda "estão bem vivas" e que a empresa deverá voltar a estudar essa possibilidade, após a realização do novo leilão. Segundo ele, é uma alternativa de longo prazo e que poderá considerar a contratações de agentes por campo.