Os preços do cacau ultrapassaram a marca de US$ 10.000 por tonelada, enquanto a indústria de chocolate lida com uma crise de oferta cada vez mais profunda. A situação se agravou com a Costa do Marfim, maior produtora de cacau, interrompendo as exportações para junho e interrompendo as vendas antecipadas para a próxima temporada. Isso ocorre na esteira de relatos de que Gana, o segundo maior produtor de cacau, pode adiar a entrega de até 350.000 toneladas de grãos para a próxima temporada devido a safras abaixo do esperado.
O preço do cacau teve um aumento significativo este ano, mais do que dobrando, e atualmente, está mais caro do que muitos metais. Na bolsa ICE, os futuros do cacau em setembro em Nova York atingiram uma máxima de seis semanas de US$ 10.308 a tonelada e fecharam com alta de 2,6%, a US$ 10.110 a tonelada.
De acordo com um comerciante, os tamanhos reduzidos das safras da Costa do Marfim e Gana, que são 30% menores do que no ano anterior, representam um "problema enorme". O mercado enfrenta uma escassez de grãos de curto prazo para atender à demanda, e há incerteza sobre como compensar o déficit.
A Costa do Marfim suspendeu as compras e exportações de cacau para junho para manter estoques adequados para os processadores locais que estão ficando sem grãos. Essa proibição pode se estender além de junho e pode afetar empresas multinacionais como Cargill, Barry Callebaut, CEMOI e Olam. As fábricas europeias que esperam entregas da Costa do Marfim podem precisar buscar fontes alternativas.
Além disso, a Costa do Marfim interrompeu as vendas antecipadas da safra da próxima temporada em 940.000 toneladas, o que é 35% menor do que no ano anterior, aguardando estimativas de produção mais claras. O país supervendeu sua safra principal de outubro a março de 2023/24, resultando na rolagem de contratos de 150 mil toneladas de feijão para a safra média atual.
Gana também está enfrentando desafios com vendas antecipadas, já que contempla avançar 350.000 toneladas de feijão devido a uma perspectiva de safra incerta. Para a temporada 2024/25, Gana só vendeu 100 mil toneladas. Normalmente, o país pré-vende cerca de 80% de sua safra com um ano de antecedência, totalizando de 750.000 a 850.000 toneladas. No entanto, a safra desta temporada não deve ultrapassar 500 mil toneladas, e há preocupações de que a próxima temporada possa não ver melhorias significativas.
O analista da StoneX, Vladimir Zientek, indicou que a nova produção de cacau de países fora da África, como Brasil e Equador, levará anos para entrar no mercado. Ele enfatizou que o mercado vive atualmente uma grave escassez de feijão, e a situação não deve melhorar em breve.
Outras commodities leves também tiveram aumentos de preços. O açúcar bruto para julho subiu 2,6%, para 19,59 centavos de dólar por libra-peso, e o açúcar branco para agosto subiu 2,3%, para US$ 567,40 a tonelada. Os preços do café variaram, com o café robusta para setembro fechando em leve alta, a US$ 4.093 a tonelada, e o café arábica para setembro, subindo 0,6%, a US$ 2,2625 por libra-peso.
A Reuters contribuiu para este artigo.Essa notícia foi traduzida com a ajuda de inteligência artificial. Para mais informação, veja nossos Termos de Uso.