Por David Lawder
WASHINGTON (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, disse neste domingo que se encontrará com o presidente norte-americano, Joe Biden, na quarta-feira para discutir o aumento do teto da dívida federal, acrescentando que os republicanos não permitirão um calote dos EUA.
"Eu sei que o presidente disse que não queria ter nenhuma discussão. Mas acho muito importante que todo o nosso governo encontre um meio-termo", disse McCarthy ao programa "Face the Nation", da CBS.
"Quero encontrar uma maneira razoável e responsável de elevar o teto da dívida (e) assumir o controle desses gastos descontrolados", acrescentou McCarthy.
O Tesouro dos EUA ativou neste mês medidas extraordinárias de gestão de caixa para evitar a violação do limite de 31,4 trilhões de dólares para a dívida federal imposto pelo Congresso. Mas sem um aumento desse teto até o início de junho, o Tesouro disse que pode ficar sem dinheiro para pagar as contas do governo, na maior ameaça de inadimplência desde o impasse do teto da dívida em 2011.
"Não haverá inadimplência", disse McCarthy. "O que é realmente irresponsável é o que os democratas estão fazendo agora, dizendo que é preciso apenas aumentar o limite."
Um porta-voz da Casa Branca se recusou a comentar, mas um funcionário da Casa Branca familiarizado com os planos para a reunião confirmou o horário de quarta-feira. Biden prometeu anteriormente discutir a dívida com McCarthy, mas a Casa Branca disse que não negociará o aumento do teto da dívida.
Funcionários do governo Biden enquadraram a reunião planejada com McCarthy como uma oportunidade para desenvolver a "relação de trabalho" dos dois líderes.
McCarthy e outros republicanos na Câmara e no Senado disseram que não apoiarão um aumento no teto da dívida sem cortes orçamentários ou reformas nos gastos.
McCarthy não forneceu detalhes sobre demandas específicas, mas descartou cortes imediatos na Previdência Social e no Medicare, os programas de aposentadoria e assistência médica para idosos, como parte de qualquer negociação. Mas disse querer "reforçar" os programas, sem adiantar detalhes.