SÃO PAULO (Reuters) - O presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, virou réu nesta terça-feira e responderá a processo acusado de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito da operação Lava Jato, informou a Justiça Federal do Paraná.
O juiz da 13ª Vara Federal do Estado, Sergio Moro, aceitou a denúncia contra Marcelo Odebrecht e outras 12 pessoas pelo suposto pagamento de propina por executivos da empreiteira a funcionários da Petrobras (SA:PETR4), entre eles dois ex-diretores e um ex-gerente da estatal.
Entre os denunciados que agora também são réus estão quatro executivos ligados à empreiteira. Marcelo Odebrecht está preso preventivamente por conta de sua suposta participação no esquema de corrupção na Petrobras.
Procurada, a Odebrecht não comentou imediatamente a decisão do juiz.
Em sua decisão, Moro disse que Marcelo Odebrecht "estaria envolvido diretamente na prática dos crimes, orientando a atuação dos demais".
As irregularidades apontadas pelo Ministério Público Federal que envolveriam pessoas ligadas à Odebrecht incluem o suposto pagamento de propinas para obtenção de contratos de obras nas refinarias Getúlio Vargas, no Paraná, e Abreu e Lima, em Pernambuco, além do contrato de fornecimento de nafta pela Petrobras à Braskem (SA:BRKM5), empresa petroquímica controlada pela Odebrecht.
Figuram ainda entre os réus na ação penal sobre as supostas irregularidades praticadas por membros da Odebrecht os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque e o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, assim como o doleiro Alberto Youssef, acusado de lavar dinheiro do esquema.
Costa, Barusco e Youssef firmaram acordo de delação premiada em troca de redução de suas penas.
(Por Eduardo Simões)