Brasília, 25 jun (EFE).- O presidente do Senado, Renan Calheiros, membro da coalizão de Governo, anunciou nesta terça-feira que a câmara discutirá alguns projetos de lei que propõem destinar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) à saúde e a mesma porcentagem à educação.
Ambas as propostas foram incluídas em uma "agenda positiva" que foi divulgada nesta terça-feira pelo presidente do Senado, como resposta às reivindicações das manifestantes que nas últimas duas semanas sacudiram o país.
"Todos os projetos serão votados", garantiu Calheiros, que além disso propôs que o Senado não entre em recesso no próximo dia 18 de julho, como está previsto, para continuar trabalhando e "responder" aos cidadãos.
"A sociedade reivindica melhorias para o dia a dia" e "nenhum poder pode ser surdo para essas reivindicações", disse Calheiros, que apontou que o "Senado é a casa do povo e quer o mesmo que as pessoas querem".
O presidente do Senado disse que, além disso, nessa nova agenda serão incluídos projetos de lei que agravarão as penas para os crimes de sangue e para a corrupção, que está no centro das reivindicações das manifestações.
Renan Calheiros também propõe uma votação de um projeto que destina todos os royalties gerados pelo petróleo em águas profundas do Atlântico à educação, tal como pede o Governo da presidente Dilma Rousseff.
De acordo com Calheiros, a aprovação desse projeto permitiria, além disso, financiar o transporte gratuito para todos os estudantes.
O presidente do Senado disse também, tal como exigem as manifestações, que está disposto a aceitar qualquer projeto "para reduzir o número de ministérios" e agilizar a pesada maquinaria pública.
No Brasil há atualmente 24 ministérios, assim como dez secretarias e cinco organiamos que têm esse mesmo status.
Calheiros também manifestou apoio ao plebiscito que Dilma propôs para concretizar uma reforma política que o Parlamento posterga há décadas e aceitou inclusive que seja feito pela via de uma Assembleia Constituinte, como colocou a governante.
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, que como Calheiros é do PMDB, se opôs à proposta.
"A câmara vai fazer esse debate, mas não quer que seja pela via de uma Constituinte, porque isso retardaria mais uma discussão que o Congresso tem que fazer e deve fazer", disse Alves, que se comprometeu a retomar o tema no segundo semestre deste ano. EFE