LIMA (Reuters) - A Defensoria do Estado peruano para casos de corrupção disse nesta segunda-feira que pediu ao procurador-geral do país que investigue supostos aportes da construtora Odebrecht a uma empresa vinculada ao presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, anos antes de ele assumir o mandato.
A procuradora anticorrupção encarregada de investigar o caso Odebrecht, Katherine Ampuero, afirmou que fundamentou o pedido à Procuradoria com um relatório da unidade de inteligência financeiro do órgão regulador bancário peruano e com relatos na imprensa sobre depósitos para a empresa Latin American Enterprise Fund.
"Pedimos que seja aberta uma investigação preliminar por supostas operações suspeitas e supostos aportes da empresa Odebrecht Latinvest Perú em favor da empresa Latin American Enterprise, que estaria vinculada ao senhor presidente", disse Ampuero em entrevista coletiva.
Uma fonte do Palácio do Governo em Lima, que preferiu manter seu nome em sigilo, disse à Reuters que não existem movimentos suspeitos de Kuczynski no regulador bancário e que não se tem conhecimento sobre depósitos da Odebrecht à Latin American Enterprise Fund.
A Odebrecht está sendo investigada no Peru por um gigantesco escândalo de corrupção que envolve os três últimos governos peruanos, entre eles o do ex-presidente Alejandro Toledo, em cujo mandato entre 2001 e 2006 Kuczynski foi primeiro-ministro e ministro da Economia.
Kuczynski, que assumiu a Presidência no ano passado, negou anteriormente as acusações de corrupção.
No final do ano passado a Odebrecht reconheceu ter pago 29 milhões de dólares em subornos no Peru entre 2005 e 2014, como parte de um amplo acordo judicial entre a companhia e a Justiça dos Estados Unidos.
(Reportagem de Marco Aquino)