MUNIQUE (Reuters) - Procuradores alemães estão investigando se funcionários da empresa de inspeções e certificação TÜV SÜD agiram ilegalmente ao permitir à empresa que assegurasse a estabilidade de uma barragem da mineradora brasileira Vale (SA:VALE3) que rompeu em janeiro, matando mais de 255 pessoas.
A apuração segue-se a uma queixa criminal contra dois empregados da TÜV SÜD na Alemanha apresentada por um advogado alemão associado a parentes das vítimas do desastre, disse uma porta-voz dos procuradores nesta quinta-feira.
A queixa criminal também tem apoio do Centro Europeu de Direitos Humanos e Constitucionais e de uma organização local ligada à Igreja Católica, Bischoefliches Hilfswerk Misereor.
Os procuradores estão buscando tanto evidências que possam comprovar crimes como indícios de eventual inocência dos investigados.
Representantes da TÜV SÜD não puderam comentar de imediato.
As alegações no caso são complexas. Segundo a lei alemã, algumas das principais acusações só se aplicariam a pessoas em cargos de gerência.
A TÜV SÜD certificou a barragem da Vale em Brumadinho (MG) apesar de evidências apontadas por suas próprias avaliações de que a estrutura estava "bem aquém" dos níveis de segurança recomendados, segundo procuradores no Brasil.
Em agosto, a empresa alemã disse que iria parar de realizar certificações de segurança de barragens.