NVDA disparou 197% desde a entrada na estratégia de IA em Novembro - é hora de vender? 🤔Saiba mais

Projeto da biorrefinaria da Acelen na Bahia atrai interessados além da Petrobras, diz CEO

Publicado 19.06.2024, 11:21
© Reuters.
PETR4
-

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - O projeto da biorrefinaria da Acelen tem atraído interesse de outros investidores, além da Petrobras (BVMF:PETR4), disse o presidente-executivo da companhia detida pelo fundo Mubadala Capital, Luiz de Mendonça, nesta quarta-feira.

Segundo ele, o projeto de biorrefinaria da empresa na Bahia está dentro do prazo e deve entrar em operação entre o final de 2026 e início de 2027.

Quando anunciou o projeto da biorrefinaria em abril de 2023, a Acelen estimou investimentos de 12 bilhões de reais em dez anos para a produção de diesel e querosene de aviação renováveis na Bahia, onde a companhia já detém uma refinaria de petróleo.

Mendonça destacou que companhia está finalizando o projeto de engenharia e conversado com investidores interessados na biorrefinaria.

"Estamos finalizando a engenharia da planta, com isso a gente vai montando o pacote financeiro final, vendo com investidores, equity, dívida, fundos, e tudo mais", disse Mendonça à Reuters, após participar de um evento promovido pela Argus.

O projeto foi idealizado para ter capacidade de produzir 1 bilhão de litros por ano de biocombustíveis (ou 20 mil barris/dia) a partir do hidrotratamento de óleos vegetais e gordura animal.

Questionado sobre uma anunciada eventual parceria com a Petrobras, ele evitou entrar em detalhes.

"Não posso comentar o interesse da Petrobras no projeto, da minha perspectiva as diligências estão sendo feitas, os times estão conversando, mas não posso comentar", afirmou.

"Tem tanta gente interessada neste projeto, a Petrobras poderia ser um excelente parceiro, mas não posso ir além desta especulação", declarou.

No ano passado, a Petrobras afirmou que avaliaria aquisição de participação acionária em ativos de refino e biorrefino da Mubadala Capital na Bahia, assim como parcerias estratégicas no segmento.

Sobre o interesse da Petrobras na refinaria de petróleo da Acelen na Bahia, Mendonça disse que a estatal já recebeu todas as informações. "A bola está com eles", destacou.

Em fevereiro, o então presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, havia dito que a empresa esperava fechar um acordo com o Mubadala para retomar o controle da refinaria de Mataripe até o final do primeiro semestre.

A refinaria de Mataripe foi vendida na gestão anterior para o Mubadala em 2021 por 1,65 bilhão de dólares, como parte de uma estratégia de desinvestimento realizada durante a administração do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Agora a estatal é comandada pela CEO Magda Chambriard. Questionada sobre o assunto nesta quarta-feira, ela afirmou que as conversas como Mubadala prosseguem, enquanto os técnicos da estatal realizam estudos sobre o ativo.

BIORREFINARIA CAMINHA

Mendonça disse que a empresa já começou o desenvolvimento do seu centro tecnológico agrícola, enquanto está adquirindo as primeira fazendas piloto para o plantio da macaúba, que no futuro será a matéria-prima para a produção do biocombustível.

"Estamos falando em fazenda de 5 mil hectares, piloto mas na escala brasileira", afirmou, explicando que a ideia é que a empresa tenha a posse das áreas por 30 a 40 anos.

"E aí a gente começa construção da planta, já temos o site, estamos olhando a parte do licenciamento para começar a construção", disse.

Para colocar a biorrefinaria em funcionamento entre o final de 2026 e início de 2027, a Acelen anunciou anteriormente que vai utilizar óleo de soja, e precisará de grandes volumes, enquanto a produção de macaúba não fica disponível.

O volume necessário por ano, de cerca de 1 milhão de toneladas de óleo de soja, representa cerca de um décimo da produção brasileira estimada para 2024.

"Começamos com óleo de soja... vamos precisar de 1 milhão de toneladas de óleo de soja, é um projeto grande", disse Mendonça. Questionado sobre as opções, ele disse ainda que "tem a Argentina também", sinalizando que poderia importar o produto, em caso de necessidade.

A Argentina é um dos maiores exportadores de óleo de soja.

"A primeira produção da macaúba demora três a quatro anos, ela chega na maturidade plena com sete anos, por isso é muito importante a gente correr, por isso que a parte agrícola está saindo na frente", explicou.

Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, o volume de óleo de soja que a Acelen precisará deve impactar positivamente o processamento da oleaginosa no Brasil.

Segundo ele, a Acelen deverá eventualmente negociar com as empresas processadoras o fornecimento de óleo de soja, considerando o elevado volume demandado.

Nassar falou durante evento nesta quarta-feira que a demanda por biocombustíveis vem sendo cada vez mais importante para manter o crescimento do plantio de soja no Brasil, em um momento em que a China, o maior importador global, passa a adotar uma estratégia de não elevar muito suas importações da oleaginosa como fazia antes.

(Por Roberto Samora; com reportatem adicional de Rodrigo Viga Gaier e Fábio Teixeira)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.