Money Times - A XP Investimentos publicou em relatório divulgado a seus clientes análise sobre as ações da Petrobras (SA:PETR4), explicando o que está acontecendo atualmente com os papéis, que acumulam queda superior a 18% desde o final de outubro.
De acordo com a equipe de análise, a desvalorização das ações deve-se a combinação da seguinte tríade: queda dos preços do petróleo, entraves na renegociação do contrato da cessão onerosa; e obstáculos crescentes para a execução do programa de venda de ativos.
Petróleo em baixa
Em relação ao recuo nos preços do óleo bruto, os analistas destacam que a queda superior a 30% desde o final de outubro pode ser explicada pela aversão ao risco global, em conjunto com as expectativas de desaceleração do crescimento econômico. Além disso, crescem preocupações acerca de um possível excesso da oferta, visto que a produção de petróleo de xisto nos EUA supera as estimativas do mercado.
Diante da expectativa de continuidade da política de preços de combustíveis da Petrobras, “acreditamos que as ações devam apresentar maior correlação a fatores globais que afetem preços de petróleo do que fatores domésticos”, disparam os analistas. Neste panorama, a XP desenha análise de sensibilidade para os preços-alvo das ações em diferentes cenários de preços de petróleo e câmbio.
Recomendação de compra mantida
Por sua vez, o impasse da cessão onerosa entre a petrolífera e a união, com foco no projeto de lei que viabiliza o ressarcimento da companhia em barris de petróleo e permite a venda de até 70% da participação da Petrobras nas áreas da cessão onerosa, permanece sem avanço no Senado. No entanto, a despeito da resolução ser prevista somente no próximo governo, os analistas destacam que não incluíram “nenhum ressarcimento da cessão onerosa em nossas estimativas e preço alvo para a Petrobras”.
Por último, a suspensão de novos projetos de desinvestimentos de ativos pela petrolífera pesa contra o plano de desalavancagem. A despeito dos fatores negativos, a equipe de análise reitera recomendação de compra para as ações, com preços-alvo de R$ 31,00 para as ações preferenciais e de R$ 30,00 para os papeis ordinários.
“[…] vemos potencial de recuperação das ações em um cenário de menor percepção de risco no âmbito internacional (levando a uma recuperação dos preços do petróleo) e possível superação dos entraves para venda de ativos a partir do próximo ano”, concluem os analistas, afirmando que as ações negociam a um desconto de 12% em relação ao múltiplo histórico e 11% em relação aos pares globais.
Por Money Times