SÃO PAULO (Reuters) - O mercado global de açúcar ainda não precificou as dificuldades que o setor tem tido de produzir mais açúcar na atual safra 2024/25 do centro-sul do Brasil, disse o CEO da Raízen (BVMF:RAIZ4), Ricardo Mussa, que acredita em cotações firmes também pelos "baixos" estoques do produto no mundo.
"Acho que essa produtividade do início da safra tende a ter uma queda maior no final, o mercado ainda não precificou isso", afirmou ele, em teleconferência com analistas, após a companhia ter registrado uma moagem recorde para um primeiro trimestre, com antecipação das atividades, conforme reportou na véspera.
A Raízen é a maior produtora global de açúcar e etanol de cana.
Além da expectativa de uma queda na produtividade ao final, sinalizou Mussa, "está sendo um ano com mais difícil de 'mix' de açúcar".
"Olhando todas as empresas, elas estão com mais dificuldades de fazer o mesmo mix de açúcar do ano anterior", afirmou ele, citando questões relacionadas a "impurezas" para destinar mais cana para a produção do adoçante.
Com esses dois aspectos, ele chamou atenção para um final de safra que indica um cenário de preços firmes.
"Do nosso lado, estamos bem fixados, com preços muito bons, melhores do que o ano passado", afirmou, acrescentando que a companhia já olha para o próximo ciclo.
"Estamos olhando mais a próxima do que esta safra, mas ainda vejo potencial de alta do preço do açúcar por esses fatores que falei."
(Por Roberto Samora)