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Recuperação externa e alta das commodities animam Ibovespa aos 108 mil pontos

Publicado 19.01.2022, 08:15
© Reuters.  Recuperação externa e alta das commodities animam Ibovespa aos 108 mil pontos
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Recuperação das bolsas europeias e indicação de abertura em alta do mercado de ações dos Estados Unidos associados a mais um dia de valorização das commodities respalda alta do Ibovespa. Apesar do recuo dos mercados de ações em pares internacionais ontem, o índice Bovespa conseguiu fechar com ganho moderado, de 0,28%, aos 106.667,66 pontos, após volatilidade, graças à elevação do petróleo e do minério de ferro, que voltam a subir nesta quarta-feira.

"Na composição do índice, 20% vem de duas empresas dependentes de petróleo e minério - Petrobras (SA:PETR4) e Vale", lembra Welington Filho, especialista de renda variável da Blue3.

Ele acrescenta que apesar de dúvidas a respeito da variante Ômicron sobre a demanda de petróleo, por exemplo, os preços podem continuar subindo, ao mencionar a estimativa do Goldman Sachs (NYSE:GS), divulgada ontem. O banco acredita que o petróleo tipo Brent - referência para a Petrobras , que deve quebrar a barreira de US$ 100 com a demanda firme.

Às 10h50, as ações da Petrobras subiam 1,14% (PN) e 0,84% (ON), enquanto Vale ON (SA:VALE3) tinha elevação de 2,47%, puxando outros papéis do segmento, caso de CSN ON (SA:CSNA3), com 4,11%. O Ibovespa subia 1,57%, na máxima diária aos 108.338,76 pontos. O petróleo avança na faixa de 0,60%, após avançar mais, enquanto o minério de ferro avançou 2,80% no porto chinês de Qingdao.

No entanto, prosseguem preocupações nos mercados em relação ao avanço da inflação mundial. Depois de os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, tocarem novas máximas hoje cedo, passaram a ceder, num movimento de devolução das recentes altas. A aceleração dos últimos dias reflete o iminente aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), movimento que tende a ser seguido por outros BCs dada a aceleração inflacionária, como retratam dados divulgados hoje na Alemanha e no Reino Unido, que vieram mais fortes do que o esperado.

"A preocupação de inflação global segue pressionando os juros. A tendência de alta para os Treasuries e o petróleo não muda, mas ainda assim as bolsas têm um pequeno alívio", descreve o economista Carlos Lopes, do BV, em nota.

Como destaca a MCM Consultores em relatório, investidores começam a levar em consideração que Fed ajustará rapidamente o juro básico dos EUA. "Ou seja, em todas as reuniões do FOMC. Para a reunião em abril, a probabilidade de alta é de 52%, contra 43% há sete dias", cita.

No Brasil não é diferente. A segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de janeiro mostrou alta de 1,95%, após 0,43% na mesma leitura de dezembro, conforme a Fundação Getulio Vargas (FGV). Ao mesmo tempo em que a inflação está pressionada, a disseminação da pandemia, com casos recordes de covid-19 no Brasil é monitorada.

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