KIEV (Reuters) - Os cortes no abastecimento de energia continuarão neste sábado na região separatista da Transnístria, na Moldávia, que ficou sem suprimento de gás vindo da Rússia depois da decisão da Ucrânia de não prorrogar um contrato de trânsito do produto russo pelo seu território, disseram autoridades locais.
O fluxo de gás russo, via Ucrânia, para a Europa Central e o Leste Europeu foi interrompido no dia do Ano Novo, depois do encerramento do acordo de trânsito entre os dois países, que estão em guerra. Kiev rejeitou fazer novos negócios com Moscou.
Autoridades da Transnístria disseram que os primeiros cortes no fornecimento de energia começaram na noite de sexta-feira.
A região, que fala predominantemente russo e fica na fronteira da Moldávia com a Ucrânia, separou-se da Moldávia na década de 1990. Ela vinha recebendo gás russo por meio da Ucrânia e, com isso, produzia a sua eletricidade.
O canal oficial do governo da Transnístria no Telegram disse que o fornecimento de energia elétrica seria cortado por três horas em muitos bairros, entre as 14h (no horário local, 9h em Brasília) e as 17h.
O autodeclarado presidente do enclave, Vadim Krasnoselsky, disse que os cortes eram inevitáveis. Ele afirmou que a região tem reservas para cobrir dez dias de uso limitado no norte, e o dobro disso no sul. O político não informou se há outros planos para obter o produto depois desses prazos.
Neste sábado, Krasnoselsky afirmou no Telegram que os apagões podem durar até quatro horas no domingo.
A Rússia nega estar usando o gás como arma para atrair a Moldávia, e culpa Kiev por se recusar a renovar o acordo de trânsito.
A Moldávia obtém cerca de 60% do gás que precisa da Romênia, produzindo o restante. Mas os cortes da Transnístria são um problema para o país, pelo fato de o enclave abrigar uma usina que produz a maior parte da energia das áreas controladas pelo governo, a preços fixos e baratos.
(Reportagem de Pavel Polityuk)